A Tesla apresentou resultados com pontos positivos e negativos neste último trimestre. Registou um aumento de 12% nas receitas, impulsionado por vendas recorde de carros elétricos, mas viu os lucros caírem 37% face ao ano anterior. Muitos consumidores anteciparam compras antes do fim dos incentivos fiscais à compra de carros elétricos nos Estados Unidos, o que ajudou a impulsionar as entregas, mas os custos dispararam, sobretudo devido ao investimento em inteligência artificial e novos projetos de R&D.
Apesar de a Tesla ter retomado o crescimento após dois trimestres de quedas, os resultados ficaram abaixo do esperado por Wall Street. As ações caíram cerca de 5% na abertura de hoje do mercado norte-americano, com os investidores preocupados com o aumento das despesas e a ausência de orientações claras para os próximos meses.
Durante a apresentação, Elon Musk virou o foco para o futuro, destacando os planos da Tesla para desenvolver carros totalmente autónomos, robots humanoides e soluções de energia em larga escala.
O segmento de energia da Tesla, que inclui baterias de grande capacidade e painéis solares usados para alimentar data centers e instalações industriais, foi o principal motor de crescimento do trimestre, com as receitas a subirem 44%, passando a representar cerca de um quarto das receitas totais da empresa.
Embora a Tesla esteja a diversificar as fontes de receita, a queda nos lucros, a pressão competitiva na Europa (principalmente BYD e Volkswagen) e as incertezas acerca da condução autónoma, levam os investidores a questionar até que ponto a visão ambiciosa de Musk pode traduzir-se em crescimento real nos próximos trimestres.