
A J.P. Morgan Asset Management publicou a mais recente edição do relatório “2026 Long-Term Capital Market Assumptions”, um documento que apresenta projeções de retorno para os próximos 10 a 15 anos em várias classes de ativos. Este relatório, utilizado por investidores institucionais e gestores de património em todo o mundo, serve de base para definir estratégias de investimento de longo prazo e avaliar o potencial de crescimento de ações, obrigações e instrumentos de liquidez. Embora não se trate de previsões exatas, estas projeções ajudam os investidores a definir expectativas realistas e a construir carteiras equilibradas, alinhadas com os seus objetivos financeiros.
De acordo com as previsões da J.P. Morgan, para investimentos em euros, as ações continuam a ser a classe de ativos com maior potencial de valorização, com retornos esperados entre 6% e 8% ao ano, dependendo da região. Mercados como os Estados Unidos e a Europa apresentam projeções próximas dos 6% a 7%, enquanto o Japão e os mercados emergentes surgem ligeiramente acima.
Para o mercado obrigacionista projetam-se retornos mais modestos, entre 4% e 5%, refletindo o novo contexto de taxas de juro mais altas, enquanto os instrumentos de liquidez, como depósitos bancários, apresentam projeções de retorno na ordem dos 2% a 3% ao ano.
Tanto obrigações, como liquidez, oferecem maior segurança e proteção do capital, mas têm um potencial de valorização mais limitado. Já as ações, apesar de poderem gerar retornos superiores ao longo do tempo, estão sujeitas a oscilações mais acentuadas no seu valor.
Estas estimativas estão diretamente ligadas às perspetivas macroeconómicas globais. A J.P. Morgan prevê um cenário de crescimento económico moderado, com inflação estruturalmente mais alta do que na década passada. A combinação de políticas fiscais expansionistas (maior investimento governamental em infraestruturas, energia e defesa), o envelhecimento demográfico e as tensões geopolíticas, deverão sustentar a atividade económica, mas originará ciclos económicos menos previsíveis e de maior volatilidade.
Um dos grandes catalisadores destas projeções é a tecnologia, em particular a inteligência artificial. Nos últimos anos assistimos a uma fase de desenvolvimento, liderada pelas grandes empresas tecnológicas. Neste momento, estamos a entrar numa fase de implementação alargada, em que a IA será usada de forma transversal em todos os setores da economia. Isto deverá reforçar as margens de lucro das empresas e impulsionar a produtividade, favorecendo sobretudo os mercados acionistas.
Apesar do cenário positivo traçado para os próximos anos, há fatores que exigem prudência. A subida da dívida pública nos países desenvolvidos, a possibilidade de choques geopolíticos ou de ciclos de inflação elevada podem afetar os mercados de forma inesperada. O relatório sublinha que, em vez de tentar adivinhar qual será o ativo com melhor desempenho no curto prazo, o investidor deve construir uma carteira diversificada, onde ações, obrigações e ativos reais (como fundos imobiliários ou matérias-primas) desempenham papéis complementares.
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