
Pela primeira vez desde 1996, os bancos centrais de todo o mundo têm hoje mais ouro nas suas reservas do que obrigações do Tesouro norte-americano. O movimento marca um ponto de viragem e reflete a crescente desconfiança em relação ao dólar e ao elevado endividamento dos Estados Unidos. O ouro, tradicionalmente um ativo de refúgio em tempos de incerteza, volta a ganhar protagonismo como ativo de segurança.
Durante décadas, os títulos do Tesouro dos EUA foram considerados o ativo mais seguro para quem geria reservas internacionais. Mas o panorama mudou. As preocupações com a sustentabilidade da dívida americana, a instabilidade política e o aumento das tensões geopolíticas têm levado muitos países, sobretudo a China, Rússia e Turquia, a reforçar as suas reservas em ouro. Estes países veem no metal precioso uma alternativa mais estável e neutra face às moedas fiduciárias, cuja credibilidade depende das decisões dos governos e dos seus bancos centrais.
O aumento da procura tem sido tão expressivo que o ouro ultrapassou recentemente os 4.000 dólares por onça. Quase um quinto de todo o ouro já extraído está agora nas mãos dos bancos centrais, numa tendência que deverá continuar enquanto persistirem as incertezas sobre a inflação, as guerras e a economia global. É um regresso a padrões semelhantes aos anos 70, quando a instabilidade monetária (devido ao fim do padrão-ouro, ao choque petrolífero, a forte desvalorização do dólar e a taxas de inflação historicamente elevadas), levou os países a aumentar as suas reservas de ouro.
Para os investidores, este movimento reforça a importância de ter uma parte da carteira exposta a ativos reais, como o ouro, que tendem a proteger o valor do património em períodos de turbulência.
Embora não pague juros, não distribua dividendos nem gere fluxos de caixa, o ouro volta a afirmar-se como uma proteção em tempos de endividamento soberano recorde e incerteza global.
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