A Qualcomm, tradicionalmente conhecida pelos processadores dos smartphones Android, decidiu dar um salto estratégico e entrar no negócio mais lucrativo do momento, os chips especializados para inteligência artificial. A empresa anunciou dois novos chips aceleradores de IA, o AI200 e o AI250, desenhados para equipar data centers e competir diretamente com as gigantes Nvidia e AMD.
A reação foi imediata nos mercados, tendo as ações da Qualcomm valorizado cerca de 11% após o anúncio.
Estas novas soluções não servem para treinar modelos de IA, mas sim para executar sistemas já em funcionamento, como chatbots e assistentes virtuais, uma área que irá ganhar peso à medida que a inteligência artificial passa da fase de experimentação para aplicações reais no dia a dia das empresas. A Qualcomm aposta num novo tipo de chip desenhado especificamente para inteligência artificial, conhecido por ser mais eficiente em termos energéticos e potencialmente mais barato do que os chips tradicionais usados pela Nvidia, algo que pode atrair grandes clientes como Microsoft, Google ou OpenAI, que procuram reduzir custos enquanto expandem os seus centros de dados.
O timing da entrada por parte da Qualcomm não foi uma casualidade. O investimento em inteligência artificial está a acelerar em todo o mundo e estima-se que até 2030 sejam investidos quase 7 biliões de dólares na construção de infraestruturas de IA. Embora a Nvidia detenha atualmente mais de 90% deste mercado e a AMD tenha reforçado a sua posição com contratos bilionários, existe uma procura crescente por alternativas. Empresas como a OpenAI já começaram a diversificar os seus fornecedores, o que abre espaço para novos players.
A Qualcomm pode ser vista como um recém-chegado num setor dominado por gigantes, mas, num mercado em rápida expansão, até uma pequena percentagem da quota de mercado pode transformar radicalmente o seu futuro.
