Arranca uma das semanas mais intensas da época de resultados, não apenas pelo número de empresas a divulgar contas, mais de 500 a nível global, mas também pela relevância das mesmas, com várias multinacionais capazes de influenciar o rumo dos mercados. Tudo isto acontece num contexto em que os investidores avaliam os riscos do shutdown nos Estados Unidos e antecipam um novo corte das taxas de juro por parte da Reserva Federal já esta quarta-feira. Em Portugal, o foco recai sobre os dados de poupança das famílias e os resultados de empresas do PSI, num ano em que o índice apresenta uma valorização próxima de 31%.
Segunda-feira começa com destaque para o mercado nacional, com a Galp e a NOS a apresentarem os resultados do terceiro trimestre, depois de ambas terem registado quedas nos lucros no primeiro semestre. O Banco de Portugal divulgará novos dados sobre as poupanças das famílias portuguesas, referentes a setembro.
No mercado internacional, os investidores estarão atentos aos primeiros resultados da semana nos Estados Unidos, com maior foco para a Keurig Dr. Pepper e a Waste Management.
Na terça-feira, o foco vira-se para os resultados de algumas das maiores empresas globais, com destaque para a Visa, UnitedHealth e PayPal, que ajudarão a avaliar a dinâmica do consumo e dos pagamentos digitais. Também a MSCI, gestora dos principais índices de referência usados por investidores institucionais em toda a Europa, divulga contas, numa sessão que inclui ainda os números da Booking, Mondelez e BNP Paribas. Estes resultados são vistos como indicadores-chave para o sentimento dos mercados internacionais numa semana em que os investidores procuram sinais sobre a resiliência da economia global.
Quarta-feira teremos um dos momentos centrais da semana, com os mercados a aguardarem a decisão sobre a política monetária por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos. Os investidores antecipam um segundo corte consecutivo das taxas de juro para apoiar a economia e o mercado laboral norte-americano, sendo que este mês a inflação registou um aumento de 3%, em comparação com o período homólogo.
No plano empresarial, três das Magnificent 7, a Microsoft, Meta e Alphabet divulgam resultados, acompanhadas de empresas como Boeing, Starbucks e MercadoLibre.
Em Portugal, a atenção recai sobre a Jerónimo Martins e o BCP, com os investidores atentos aos resultados e aos sinais da evolução da procura interna.
Na quinta-feira, o dia mais preenchido da época de resultados traz nomes como Amazon, Apple, Mastercard, Eli Lilly e a petrolífera Shell, que poderão influenciar diretamente o sentimento do mercado face ao consumo global.
A nível europeu, o Banco Central Europeu estará debaixo dos holofotes, numa altura em que se espera que mantenha a taxa de juro inalterada nos 2,15%.
A semana termina com resultados de gigantes da energia como Chevron e Exxon Mobil, além da farmacêutica AbbVie, enquanto os mercados analisam o relatório PCE (Personal Consumption Expenditures) nos Estados Unidos, o indicador de inflação mais acompanhado pela Reserva Federal.
Com as bolsas em máximos e as políticas monetárias a tornarem-se mais favoráveis, os investidores entram nesta semana com otimismo cauteloso, atentos a cada sinal vindo de Washington, Frankfurt e Lisboa.
