O mercado acionista continua atrativo e deverá manter um desempenho positivo nos próximos trimestres, mas é necessário ser seletivo, alertou Elena Domecq, responsável da J.P. Morgan Asset Management para Portugal e Espanha, na apresentação do Guide to the Markets para o quarto trimestre de 2025, afirmando que mantém uma perspetiva positiva para as ações, mas reforça que os próximos ciclos do mercado serão marcados por maior volatilidade, exigindo foco nos setores e empresas com resultados sólidos e consistentes.
“Este é um momento para estar investido, mas com prudência e seletividade”, afirma Elena Domecq
Nos Estados Unidos, Elena destaca que o crescimento do mercado está diretamente ligado aos resultados empresariais, especialmente nas empresas tecnológicas e financeiras, o que “justifica as valorizações atuais”.
Apesar de alguns setores do mercado estarem “caros”, a responsável rejeita a ideia de uma bolha na inteligência artificial, defendendo que o fator decisivo será verificar se os investimentos realizados conseguem traduzir-se em retornos efetivos.
É expectável que a Reserva Federal avance com dois cortes de 25 pontos base ainda este ano, seguindo-se um novo corte em 2026, o que poderá apoiar os ativos de risco.
Na Europa, a responsável da JP Morgan AM reconheceu que a região tem ficado atrás dos EUA, mas poderá estar a entrar num ponto de viragem, com os indicadores de atividade empresarial a melhorarem e o setor bancário a destacar-se como um dos mais rentáveis desde 2020.
Nos mercados emergentes, a J.P. Morgan AM está mais otimista e encontra-se sobreponderado em geografias como Japão e Reino Unido, onde a combinação de reformas estruturais e valorização mais baixa cria um ambiente favorável para o investimento.
No caso da China, Elena sublinha a transição do modelo económico tradicional para setores tecnológicos de alto valor acrescentado, salientando o papel estratégico do país nas cadeias de produção globais.
