Crédito à habitação, entrada, impostos, fiadores… Afinal, como comprar uma casa em Portugal? Explicamos os pontos essenciais para quem procura comprar a primeira habitação.
Uma das mais importantes decisões pessoais e financeiras, comprar a primeira habitação é um processo complexo que levanta muitas dúvidas e questões. Afinal, qual o primeiro passo? É melhor fazer uma procura independente ou recorrer a agências imobiliárias? Que documentos são necessários e que encargos vão surgir? Como funciona o crédito habitação? Neste artigo, explicamos-lhe, de forma simples, quais os passos para comprar casa.
Como comprar casa? 5 pontos essenciais
A compra da primeira habitação é um processo de muita pesquisa, inúmeras comparações e imensas decisões. Por isso, não é fácil descrevê-lo de forma resumida. Nos passos abaixo, procurámos sintetizar ao máximo as etapas para proporcionar um ponto de partida a quem procura saber como comprar casa.
1. Avalie as suas possibilidades financeiras
A organização financeira pode ser considerada o “passo zero” para comprar uma casa. Antes de iniciar o processo, é crucial ter uma noção real das opções de compra viáveis.
Para tal, faça um levantamento das suas poupanças, rendimentos, dívidas, investimentos, despesas mensais e potenciais fiadores. Registe tudo num documento, para garantir a facilidade de acesso e de transmissão das informações.
Tenha em conta que, para além da entrada da casa, é necessário ter mais algum dinheiro de parte para os restantes encargos, entre eles comissões das agências imobiliárias, avaliações dos imóveis, sinal do Contrato-Promessa Compra e Venda (CPCV), impostos, despesas com o crédito à habitação, condomínio e eventuais operações de manutenção do imóvel.
Leia aqui: Está a pensar comprar casa? Tenha atenção a isto
2. Procure imóveis que correspondam aos seus critérios
É essencial definir o que procura em termos de localização, tipologia, tamanho e estrutura do imóvel, facilidades (por exemplo, elevador), segurança e estado do imóvel. A nível de praticidade, considere também a distância ao local de trabalho, as superfícies comerciais disponíveis e o acesso a transportes públicos. Para este efeito, pode optar por conduzir uma pesquisa independente ou por contratar uma agência.
No primeiro caso, existem várias plataformas imobiliárias que permitem a pesquisa por zona, por preço e até com filtros específicos, como tamanho, existência de varanda, número de casas de banho e outros. Esta opção permite-lhe poupar algum dinheiro em comissões e taxas, assim como fazer uma negociação direta com o vendedor, que pode valer-lhe melhores condições de compra.
Por outro lado, a procura com o apoio de uma agência imobiliária permite-lhe a exposição a listagens de imóveis inacessíveis através da pesquisa independente, assim como o facto de poder contar com a experiência e conhecimento do mercado que os profissionais do ramo têm para oferecer. Desta forma, poderá usufruir de um processo com menos trabalho burocrático e de uma negociação profissional, que lhe poderá trazer melhores condições de compra.
3. Peça uma avaliação do imóvel
O relatório de avaliação do imóvel determina o valor de mercado da casa, sendo crucial tanto para o pedido de crédito como para a o montante de financiamento possível. A contratação de um avaliador faz-se através do banco, para garantir imparcialidade. Deste processo resulta um relatório de avaliação, que inclui a descrição do imóvel, metodologia usada e valor estimado de mercado.
Numa avaliação mais pessoal, para sua consideração, é também recomendável que faça visitas não só ao imóvel como também à zona em que se localiza em vários horários, e que procure notícias sobre a mesma, para averiguar condições de segurança.
Leia aqui: Qual a melhor opção: arrendar ou comprar casa? (c/ exemplo)
4. Averigue opções de crédito à habitação
Uma vez mais, nesta etapa é possível proceder independentemente ou através de um intermediário. É aqui que entram as suas informações de património, rendimentos, dívidas e outros aspetos financeiros.
Segue-se uma pesquisa de ofertas de bancos e empresas de crédito, uma comparação intensiva das propostas com atenção às diferenças subtis nos termos e condições e a avaliação de simulações de crédito. Para garantir que toma a melhor decisão, pode sempre recorrer a um serviço de consultoria financeira.
Decididas estas questões, é tempo de pedir uma pré-aprovação do crédito habitação pretendido. Não apresse nem subestime a importância deste processo: no fim de contas, quando mais opções tiver para comparação, melhor.
Leia aqui: IRS Jovem e habitação: Conheça as novas medidas aprovadas pelo Governo
5. Avance com o CPCV e, eventualmente, a escritura
Com a casa escolhida e o crédito aprovado, é tempo de assinar CPCV. Celebrado entre vendedor e comprador do imóvel, este é o documento que define todos os termos e condições da eventual venda, incluindo preço, prazos, condições de pagamento e penalidades perante incumprimentos. Neste momento, precisará também de pagar um sinal, que poderá perder, caso desista da casa, ou receber em dobro, caso a desistência parta do vendedor.
O passo final é a escritura da casa, o documento que formaliza, legalmente, a transferência da propriedade. Este processo tem lugar num cartório notarial ou conservatória, com o comprador, o vendedor e os respetivos representantes legais.
É feita a verificação de documentos, a leitura da escritura com termos e condições, e a formalização da compra do imóvel com a assinatura do comprador e do vendedor. Segue-se o registo da propriedade em nome do comprador na Conservatória do Registo Predial, que conclui o processo de compra e venda.