Para muitas famílias, comprar casa é a despesa de uma vida e, por isso mesmo, é muito importante tomar a melhor decisão possível.
Há muitos aspetos a ter em conta, desde o início, até ao final do processo, e vários cuidados a ter para evitar problemas no futuro, que se podem traduzir em mais e mais custos. Estes são apenas alguns deles.
Avaliar a sua situação financeira
Antes de pensar em comprar uma casa, é fulcral que conheça a situação das suas finanças pessoais, para que esta não seja uma decisão com um impacto negativo e que venha a afetar a sua estabilidade. Assim, é muito importante que perceba, ao certo, qual o valor que tem disponível para alocar à compra de uma casa, quer recorra, ou não, a financiamento bancário.
Não se esqueça de que, mesmo para quem pede um empréstimo, o financiamento não cobre 100% do valor e, deste modo, há uma parte que tem de ser suportada pelo comprador.
Além disso, os bancos avaliam ainda a taxa de esforço dos clientes, que corresponde ao peso que a soma das prestações dos créditos tem no rendimento pessoal e/ou do agregado familiar, e que deve rondar valores entre os 30% e os 35%, sem nunca ultrapassar os 40%. A partir desse valor, há um elevado risco associado para o banco, pois qualquer alteração no rendimento pode comprometer o pagamento das prestações.
De resto, além do montante que vai investir na compra do imóvel, não se esqueça de que este acarreta despesas e gastos mensais, só por si. É o caso dos seguros associados, do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e até do valor do condomínio, caso esteja a ponderar comprar um apartamento.
Ainda acerca deste ponto, também é importante que reflita sobre a sua situação profissional e a estabilidade da mesma. São dois fatores a ter em conta antes de decidir comprar casa.
Escolher o melhor crédito à habitação
Se vai pedir um empréstimo para comprar casa, a palavra de ordem é mesmo comparar, principalmente no momento que vivemos, em que o aumento dos juros se tem traduzido em mais peso nas prestações de quem tem crédito à habitação.
É muito importante que reúna o máximo de informação possível para fazer a melhor escolha, uma vez que estamos a falar de um valor avultado, que vai pagar durante vários anos.
Considere as ofertas do máximo de instituições possíveis, peça simulações e escolha aquela que lhe oferece melhores condições e que, desse modo, se vai traduzir numa menor prestação e taxa de esforço.
Ainda relativamente ao crédito à habitação, é importante saber que, durante o período do empréstimo, é possível transferi-lo para outra instituição, caso as condições sejam mais competitivas. Pedir crédito a uma instituição não significa ficar preso a ela.
Não descurar o Certificado Energético
O Certificado Energético é um documento de apresentação obrigatória no momento da venda dos imóveis e um bom indicador dos gastos do imóvel no que toca ao nível de consumo de energia.
Além de conseguir aferir o nível de conforto que cada casa lhe pode proporcionar, o Certificado Energético pode ainda dar-lhe indicações valiosas sobre o comportamento da mesma nas diferentes estações e permitir que consiga fazer uma estimativa de quanto vai ter de gastar a aquecer ou a refrescar a casa.
Olhar para as casas de forma crítica
Além da certificação energética, há vários aspetos mais técnicos a que é importante dar atenção quando se pensa em adquirir uma casa. Se se tratar de um apartamento, por exemplo, deverá olhar também para o exterior do edifício, uma vez que custos de reparação ou manutenção dos prédios podem ser elevados e cair sobre os condóminos.
Também é bom procurar algumas anomalias estruturais como fissuras ou sinais de humidade, para saber com o que pode vir a contar no futuro.
Finalmente, tenha atenção à orientação da casa no que toca à exposição solar. Este é um fator relevante e é fácil de perceber porquê: casas com pouca exposição solar são por norma mais frias e húmida e isso também implica gastos mais avultados com aquecimento.