De que formas pode investir para os seus filhos, de forma a preparar o seu futuro? Que instrumentos financeiros podem ser mais adequados? Descubra alguns dos investimentos para filhos que tem ao seu dispor.
Educar uma criança é mais do que apoiá-la nas suas necessidades do presente – é também criar valor para que ela possa beneficiar de um futuro melhor.
Por isso é tão importante amealhar e investir para o futuro dos mais novos. Até porque tem pela frente um horizonte de vários anos que pode aproveitar para maximizar o dinheiro ao dispor da educação e dos sonhos dos seus filhos.
Já está a preparar o futuro dos seus filhos para quando eles atingirem a maioridade? E está a pôr dinheiro de lado ou a dar um passo em frente e a aplicar esse dinheiro?
É que, ao deixar o dinheiro parado, sem investir, este acaba por perder valor, “corroído” pela inflação. O ideal é que opte por investimentos para filhos, que permita aumentar o valor das poupanças, com retorno. Desta forma, está a pavimentar um futuro ainda mais sólido para os seus filhos.
Resta a dúvida: qual a melhor forma de aplicar este dinheiro? Que investimentos para filhos podem ser feitos?
A resposta depende de diversos fatores, incluindo o montante que tem para investir, o horizonte temporal pela frente (ou seja, quantos anos tem para constituir o seu investimento) e a sua própria tolerância ao risco enquanto investidor (que tem de ser tida em conta, mesmo que esteja a aplicar dinheiro não para si, mas para os seus filhos).
Deixamos-lhe, abaixo, algumas alternativas de investimentos para filhos, de opções mais conservadoras até investimentos com maior exposição ao risco.
5 opções de investimentos para filhos
1. Contas-poupança / depósitos a prazo
Uma das aplicações mais conhecidas para aplicar o dinheiro dos filhos são as contas-poupanças, comercializadas especificamente para este objetivo de constituir um pé-de-meia para crianças e jovens.
Esta é uma opção de baixo risco, com capital garantido, e que permite render juros no dinheiro depositado. Mas tenha atenção: por norma, este tipo de depósitos não é atrativo em termos de rentabilidade, sendo difícil encontrar produtos com taxas de juro superiores à inflação (essenciais para que a poupança não desvalorize).
Em alternativa, pode também ponderar aplicar o dinheiro em depósitos a prazo tradicionais que ofereçam rentabilidades maiores (atualmente o mercado disponibiliza ofertas que rondam até os 3,5%-4%, sob determinadas condições). e que também lhe permitem a salvaguarda do capital garantido. As contas de depósito podem ser subscritas em nome de menores pelos seus representantes legais.
No geral, os produtos de contas-poupança permitem entregas regulares de dinheiro, enquanto os depósitos a prazo estão mais focados em entregas únicas. Tenha isso em conta para perceber se são opções que se podem adequar aos seus objetivos e disponibilidade para reforços ao longo do tempo
2. Certificados de aforro
Estes títulos de dívida pública com capital garantido são outra opção muito procurada, e de baixo risco, a que pode recorrer para aplicar dinheiro para os seus filhos. Poderá abrir uma conta aforro em seu nome ou em nome do menor, enquanto seu representante legal, bastando para isso que a criança seja também um dos titulares da conta bancária associada à conta aforro.
Se optar por deixar os certificados em nome da criança, o valor apenas poderá ser resgatado, em regra, quando a mesma atingir os 18 anos. Uma realidade muito diferente dos certificados subscritos por adultos, que podem ser resgatados a qualquer momento, após os três primeiros meses.
Apesar da segurança que este produto do Estado lhe dá, convém também aqui estar atento à rentabilidade. Atualmente, a única série de certificados em comercialização é a série F, com rentabilidades pouco atrativas: 2,5% de taxa de juro bruta máxima, uma remuneração menos competitiva do que diversos depósitos a prazo disponíveis no mercado.
3. Planos Poupança-Reforma (PPR)
Costuma associar os PPR apenas à reforma? Saiba que nem sempre tem de ser assim. Na verdade, os PPR permitem constituir uma poupança de médio e longo prazo, pelo que se ainda tiver um horizonte temporal alargado pela frente (por exemplo, se os filhos ainda forem pequenos e o dinheiro só precisar de ser resgatado quando atingirem a maioridade), esta pode ser uma opção a ter em conta. Até porque as expetativas de rentabilidade são superiores às dos depósitos a prazo e certificados de aforro.
Existem duas tipologias principais de PPR:
- sob forma de seguro, por norma com capital garantido;
- sob forma de fundo, que funcionam como um fundo de investimento mobiliário, sem capital garantido. Ou seja, o risco é maior e pode até vir a perder parte do dinheiro que investiu, apesar de uma expetativa de rentabilidade maior do que nos PPR sob forma de seguro.
No caso dos PPR sob forma de seguro, poderá incluir o filho como beneficiário. No caso dos fundos PPR, pode abrir conta em nome do menor, sendo os representantes legais a assumir todas as decisões até à sua maioridade.
Em alternativa, pode também colocar o PPR em nome de um dos pais, até para poder usufruir do benefício fiscal associado a este instrumento (dedução de 20% em sede de IRS) e transferir posteriormente o valor para os seus filhos, quando chegarem à maioridade.
4. Fundos de investimento
Para pais que têm pelo menos um horizonte de cinco anos em mente, os fundos de investimento podem também ser uma opção de investimento para filhos. Com uma exposição de médio risco, os fundos de investimento resultam da captação de dinheiro de diversos investidores para depois formar uma carteira aplicada em vários ativos financeiros. Os fundos são geridos por especialistas, pelo que não tem de se preocupar com ajustes na alocação, e permitem uma grande diversificação por classe de ativos.
Tenha em conta que alguns fundos são de capital garantido, mas a maioria não oferece garantias sobre o capital inicial.
5. ETF (Exchange-Traded Funds)
Fundos de investimento negociados em bolsa como se fossem ações, os ETF replicam um índice (como o norte-americano S&P 500) ou um cabaz de referência e, por isso, podem permitir uma maior diversidade do que investir simplesmente em ações individuais. Podem ser uma opção de investimento para filhos, no caso de um horizonte temporal de pelo menos 10 anos.
Quanto à titularidade, saiba que certas corretoras permitem a abertura de contas de investimento com titularidade de menores, desde que os representantes legais também façam parte. De qualquer forma, poderá sempre assumir os investimentos apenas em nome dos pais, até à criança chegar à maioridade.