Os ratings são uma avaliação de risco de crédito atribuída por agências de notação financeira – conhecidas por agências de rating – e avaliam o risco de países e empresas, influenciando as economias mundiais de forma decisiva.
Por serem determinantes na tomada de decisão dos investidores, importa saber o que são, para que servem e qual o seu impacto.
No momento de avaliar o risco de crédito de um país, de uma empresa ou de um produto financeiro, é atribuído um rating (notação) através do qual é avaliada a capacidade de uma entidade que emite dívida, pagar de volta o valor que lhe foi emprestado, acrescido de juros.
Na prática, o que se está a fazer é a informar os investidores do risco do seu investimento e, sobretudo, da probabilidade de conseguirem recuperar o seu dinheiro.
Como estamos a falar de uma avaliação, quanto pior for o rating, maior será o risco associado ao investimento e, por essa razão, maior será a remuneração que os investidores vão querer receber em troca. Em termos práticos, quanto mais baixa for a notação, maior será a taxa de juro e os custos que um país ou uma empresa terão de pagar para se financiar.
Neste sentido, o rating tem uma relação direta com as taxas de juro a que um país ou que uma empresa consegue obter financiamento, pelo que o seu impacto, em termos de dívida pública e financiamento da economia de um país ou de uma empresa, é muito grande.
As agências de rating
Estas avaliações de risco de crédito são atribuídas por agências de rating, sendo que as principais e as únicas que são reconhecidas pelo Banco Central Europeu são as norte-americanas Fitch, Moody’s, Standard & Poor’s, e a canadiana DBRS.
Finanças públicas, estabilidade social e política, indicadores financeiros, capacidade de gestão, organização interna são alguns dos parâmetros analisados pelas agências no processo de atribuírem as suas notações.
Apesar de cada agência de rating ter a sua própria escala, todas as classificações são atribuídas sob a forma de letras que podem, ou não, ser acompanhadas de sinais (+ e -), sendo ainda atribuída uma perspectiva futura de evolução (Outlook) do rating. Embora exista uma calendarização, esta é meramente indicativa, uma vez que as agências podem optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou, inclusive, avançarem com uma avaliação não calendarizada.
A avaliação de Portugal
O ciclo de avaliações das agências de notação financeira a Portugal previsto para este ano ficou encerrado na semana passada.
Em Agosto passado, a DBRS reviu em alta o rating da dívida portuguesa, passando-o de “BBB” para “A”, ao fim de 11 anos, justificando que “as vulnerabilidades de crédito a Portugal associadas a choques externos estão a diminuir e as perspetivas macroeconómicas estão a melhorar“. Duas semanas depois, a agência Standard & Poor’s também reviu em alta o rating da dívida portuguesa, passando-o para “BBB+”, salientando o “forte crescimento económico”, o mercado de trabalho e as finanças públicas. No mês passado, a Fitch tornou-se na terceira agência de notação financeira a rever em alta a notação da dívida portuguesa este ano, passando-o de “BBB” para “BBB+”, pela primeira vez desde dezembro de 2017.
Mais recentemente, na semana passada, estava previsto que a Moody’s fizesse a última avaliação do ano e que se pronunciasse sobre a notação de risco de Portugal, que continua no nível “Baa2” – dois níveis acima de “lixo” – algo que não aconteceu, pelo que a Moody’s mantém-se como a agência com a pior notação dada a Portugal, um nível abaixo das outras duas grandes agências, a Standard & Poor’s e a Fitch.
Agência | Rating | Outlook |
Última alteração |
DBRS | A | Estável | 26 de Agosto de 2022 |
Standard & Poor’s | BBB+ | Estável | 9 de Setembro de 2022 |
Fitch | BBB+ | Estável | 28 de Outubro de 2022 |
Moody’s | Baa2 | Estável | 17 de Setembro de 2021 |