
Nos últimos anos, muitos investidores fizeram a mesma pergunta: “Porque hei de investir fora dos Estados Unidos?”. Uma pergunta legítima, dado que o mercado norte-americano (S&P 500), dominou os retornos globais durante mais de uma década. Mas 2025 está a mostrar que esse domínio não é uma constante. Até ao momento, as ações europeias acumulam cerca de +34%, os mercados emergentes +32%, enquanto o mercado norte-americano fica pelos +19%.
Este desfasamento apanhou quase toda a gente de surpresa, e esse é precisamente o ponto central. Ninguém consegue prever com consistência qual será a região/país vencedor/a em cada ano. Depois de um longo período de liderança dos EUA, assistimos agora a uma rotação natural. A Europa beneficia de valorizações mais baixas, os mercados emergentes beneficiam de ritmos de crescimento económico diferentes e de avaliações mais atrativas, enquanto a evolução do dólar deixou de favorecer de forma consistente os investimentos (em euros) nos Estados Unidos.
Em 2025, o mercado dos EUA está entre os que menos valorizaram a nível global, enquanto várias economias fora do radar tradicional apresentam ganhos expressivos.
Para os investidores, concentrar tudo num só mercado é correr riscos desnecessários. O S&P 500 continua a ser uma referência global, mas está cada vez mais dependente de um grupo restrito de grandes empresas tecnológicas, com avaliações elevadas e maior sensibilidade a choques regulatórios, políticos ou comerciais. Já outros mercados oferecem exposições diferentes, que ajudam a equilibrar a carteira quando uma região/setor abranda.
Diversificar não é tentar adivinhar o próximo vencedor, é aceitar que o futuro é imprevisível. Para quem investe a longo prazo, soluções simples como ETFs globais, que incluem Europa, mercados emergentes e EUA, permitem reduzir riscos de uma forma simples. Uma prática usada por muitos profissionais passa por ter uma parte do portefólio fora dos Estados Unidos. Em 2025, essa escolha não só reduziu o risco, como obteve retornos superiores. E essa é uma das grandes lições deste ano. Diversificar não é apenas um conceito teórico, é uma prática essencial para investir melhor a longo prazo.
