O Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juro inalteradas, uma decisão já esperada pelos mercados e que reflete a situação atual da economia da Zona Euro, que apresenta um crescimento moderado e uma taxa de inflação controlada. O BCE mantém a taxa de depósito nos 2% pelo quarto encontro consecutivo, sinalizando que, para já, considera que a política monetária está num nível adequado para equilibrar crescimento económico e controlo da inflação.
A economia europeia tem resistido melhor do que o previsto a choques externos, como as tarifas dos EUA, apoiada por um mercado de trabalho sólido, consumo interno estável e um aumento do investimento em áreas como a Inteligência Artificial. O BCE reviu em alta as suas projeções de crescimento, apontando agora para 1,4% em 2025 e cerca de 1,2% em 2026. Ao mesmo tempo, a inflação tem permanecido próxima do objetivo de 2%.
O que começa a ganhar destaque é o debate sobre o próximo movimento do BCE. Embora não esteja em cima da mesa qualquer alteração no curto prazo, algumas vozes dentro do próprio banco central admitem que o ciclo de cortes possa ter terminado. Isabel Schnabel, membro do Conselho do BCE, já afirmou estar confortável com a ideia de que o próximo passo possa ser uma subida de taxas, ainda que apenas mais para o final de 2026 ou início de 2027. Esta visão contrasta com outras posições, revelando que há divergências internas sobre o rumo da política monetária.
Para 2026, o cenário base continua a ser de estabilidade. O esperado aumento do investimento público, sobretudo na Alemanha, em defesa e infraestruturas, poderá dar um novo impulso à economia europeia, enquanto que o período de descidas do juros parece ter ficado para trás.
