Criou um fundo de emergência – e agora? Em que situações deve usar o fundo de emergência ou optar por deixá-lo guardado para o futuro? Explicamos-lhe tudo.
O fundo de emergência é o seu primeiro patamar de poupança e serve para que esteja sempre preparado para enfrentar imprevistos financeiros, com uma margem confortável.
Neste fundo de maneio, deverá constituir, ao longo do tempo, uma poupança com um valor que lhe permita suportar entre seis a doze meses das suas despesas mensais.
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Em que situações usar o fundo de emergência?
Mas em que situações deverá utilizar o dinheiro amealhado no fundo? Sempre que tiver uma emergência financeira, pode e deve recorrer ao fundo de emergência,
Analise a sua situação financeira para perceber que despesas pode pagar de imediato com a sua conta à ordem, sem prejudicar as suas finanças correntes, ou quais precisam do apoio deste fundo de maneio.
3 exemplos de situações onde usar o fundo de emergência
1. Desemprego involuntário
Perante uma não renovação do contrato de trabalho, um despedimento ou extinção do posto de trabalho, há um corte abrupto dos rendimentos mensais de uma família. Sem outros rendimentos, nem poupanças às quais recorrer, continuar a pagar as despesas correntes pode ser um desafio difícil de enfrentar.
Ao constituir um fundo de emergência, tem um pé-de-meia suficiente para assegurar o pagamento destas despesas essenciais ao longo de seis a doze meses, enquanto procura uma nova oportunidade de trabalho.
E se receber subsídio de desemprego? Tudo depende do valor que receber (que será sempre menor do que o valor do seu ordenado de referência) e do peso das despesas no seu orçamento. Avalie a sua situação financeira para perceber se o seu subsídio de desemprego é suficiente para gerir as suas despesas (deixando o fundo intacto para outras necessidades futuras) ou se necessita de recorrer ao fundo de emergência para complementar o subsídio.
2. Despesas de saúde
Uma despesa de saúde inesperada pode ser outro dos cenários que o leva a acionar o fundo de emergência. O dinheiro que tem disponível no seu pé-de-meia permite-lhe dar resposta a despesas hospitalares de emergência após um acidente, mas também a custos inesperados com apoios e tratamentos ao domicílio ou em unidades residenciais.
O fundo de emergência é também uma almofada financeira imediata, numa primeira fase, caso seja necessário tornar-se cuidador a tempo inteiro de alguém da sua família, por exemplo, e com isso perder parte ou a totalidade dos rendimentos de trabalho.
3. Reparações essenciais
Há certos imprevistos financeiros que não necessitam de uma resposta rápida ou que não implicam grandes custos – e que, por isso, podem ser geridos no orçamento mensal corrente.
Mas há também outras despesas inesperadas que são essenciais para o seu dia a dia e que têm de ser resolvidas rapidamente. É o caso de uma avaria grave num eletrodoméstico – como máquinas de lavar a roupa ou frigoríficos –, no computador (que pode ser uma ferramenta de trabalho para trabalhadores por contra própria), ou no automóvel (sobretudo se depender deste para trabalhar), por exemplo.
Estas avarias precisam de dinheiro disponível para que possa arcar com a reparação ou até com a compra de um novo equipamento ou de um novo carro, caso necessário. E o fundo de emergência dá-lhe a capacidade financeira para o fazer, de imediato, sem afetar o seu orçamento corrente.
Quando não usar o seu fundo de emergência?
Tal como o nome indica, o fundo de emergência deve ser usado apenas para emergências financeiras: despesas absolutamente essenciais que deve pagar no imediato e para as quais não tem margem orçamental no dia a dia. Ao ter um fundo de emergência, poderá recorrer a este pé-de-meia em vez de recorrer a empréstimos, por exemplo.
Nesse sentido, o fundo não deve ser usado para outras finalidades que não estas emergências, sob risco de estar a comprometer a sua segurança financeira futura. Guarde o seu dinheiro amealhado para momentos críticos – e não ceda à tentação de o usar para pagar férias, compras por impulso, eventos sociais ou outras despesas supérfluas.
Precisou de recorrer ao fundo de emergência. E agora?
Depois de usar o fundo de emergência para fazer face a um imprevisto, deverá ter como prioridade voltar a reforçar o seu fundo e restituir o montante em falta. Conseguirá assim manter o seu fundo de maneio, ao longo do tempo, para futuras emergências.