Os imprevistos surgem quando menos se espera e, por isso mesmo, podem apanhar-nos desprevenidos. Não há forma de saber quando, nem se vão, de facto, acontecer. Seja uma situação de doença, desemprego, obras em casa ou algum eletrodoméstico a precisar de reparação ou substituição, há alturas em que é necessário ter uma almofada financeira, um pé de meia a que se possa recorrer.
Já aqui falámos várias vezes sobre o fundo de emergência e, dada a situação atual de incerteza, em que tantas famílias estão a passar por dificuldades, é ainda mais importante acautelar esta situação.
O que é o fundo de emergência?
O fundo de emergência é uma almofada financeira para utilizar em caso de emergências. Ter um fundo de maneio disponível para enfrentar algumas eventualidades é, realmente, uma mais valia, uma vez que quanto mais preparado para qualquer imprevisto estiver, mais tranquilamente passará por ele.
Com um fundo de emergência constituído, não terá de recorrer, por exemplo, a crédito, em momentos de maior necessidade.
Se quer começar a constituir um fundo de emergência mas não sabe como, explicamos-lhe tudo!
Receitas vs. Despesas
Para começar a constituir o seu fundo de emergência, é preciso começar pelo início e fazer um mapa de todas as receitas e despesas mensais, para ter uma fotografia de quanto vai precisar de ter no seu pé de meia.
Pode fazê-lo numa folha de papel ou até mesmo num ficheiro de excel. Calcule todas as despesas, sejam elas fixas ou variáveis, de modo a obter uma média/estimativa na qual se possa basear para calcular o valor ideal para o seu fundo de emergência. Renda da casa, seguro de saúde, contas da água e da luz, combustível e supermercado, tudo entra na conta! Conhecer os seus hábitos é essencial para perceber quanto vai precisar para manter a sua vida no mesmo nível.
Depois de analisar as despesas, importa também olhar para as receitas e perceber qual o valor que entra no agregado todos os meses. Inclua o valor o salário e do subsídio de refeição, mesmo que seja pago em Cartão Refeição. Se for trabalhador independente, tenha atenção porque pode ter rendimentos variáveis.
Relativamente a este apuramento, o mais importante é que seja realista!
Encontrou alguma poupança escondida?
É bem possível que, enquanto regista todas as suas despesas, encontre algumas que nem sabia que tinha e que consegue reduzir. Pode haver serviços que está a pagar e que nem sequer se lembrava e pode perceber que há margem para renegociar alguns dos seus contratos, por exemplo.
Qual o valor que devo ter no fundo de emergência?
No seu fundo de emergência, deverá constituir uma poupança que lhe permita suportar o equivalente a entre seis a doze meses das suas despesas mensais. Isto significa que, se as suas despesas mensais forem equivalentes a 1000 €, deverá ter no seu fundo de emergência entre 6000 a 12.000 €.
Onde devo aplicar o dinheiro do fundo de emergência?
É muito importante ter em mente que o foco do fundo de emergência não é a rentabilidade, mas sim a inexistência de risco de perder o dinheiro. Neste sentido, ele deve ser aplicado em produtos financeiros de baixo risco. Não pode dar-se o caso de precisar do dinheiro que juntou e, naquele momento, ter disponível uma quantia menor, ou nada!
Tratando-se de uma poupança destinada a suprir imprevistos, é imprescindível também que o dinheiro do fundo de emergência seja fácil de mobilizar – tem de conseguir aceder-lhe rapidamente, quando precisar. Daí que outro dos critérios a cumprir seja o da elevada liquidez. Por último, idealmente, deveria ter o dinheiro do fundo de emergência aplicado em produtos que superam a inflação.
Os depósitos a prazo e os certificados de aforro são das duas alternativas possíveis para aplicar o dinheiro do seu fundo de emergência.
E se tiver de retirar dinheiro do meu fundo de emergência?
Lembre-se de que este pé de meia foi construído para dar resposta a emergências. Sempre que houver uma, é precisamente a ele que deve recorrer, mas não se esqueça de que terá sempre de repor o valor inicial. Nesse momento, deve repetir o processo e começar novamente pelo mapa de receitas e despesas.
Quando devo começar a constituir o meu?
O fundo de emergência deve ser sempre o primeiro patamar de poupança e deve começar a constituí-lo o quanto antes. Depois disso, pode pensar em passar para outro patamar e começar, por exemplo, a investir as suas poupanças.
Disclaimer: Todo o conteúdo tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui qualquer recomendação ou aconselhamento financeiro. O leitor deverá sempre fazer as suas próprias análises e recolher diferentes tipos de informações antes de tomar qualquer decisão de investimento.