Gerir, pagar, poupar e investir. À medida que os filhos crescem, surgem novas necessidades financeiras e maior autonomia. Das contas à ordem e cartões pré-pagos até às contas de investimento, descubra alguns dos produtos financeiros para jovens.
Com a passagem da infância para a adolescência, há lugar a uma mudança física, na identidade e nas preferências. Mas pode ser também o momento de incentivar a uma mudança financeira, procurando despertar nos adolescentes uma maior vontade de poupar e até, dependendo da idade, de investir.
A partilha de conhecimentos financeiros e o aumento da literacia financeira dos jovens podem ser acompanhados por uma componente prática. No mercado, há diversos produtos financeiros para jovens que permitem gerir pagamentos, fazer (e aplicar) poupanças e até investir.
Alguns destes produtos têm até uma vertente evolutiva. Ou seja, à medida que o jovem vai avançando na idade e ganha maturidade, novas funcionalidades vão sendo desbloqueadas.
Vantagens para os jovens de ter produtos e serviços financeiros
Segundo o mais recente relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a literacia financeira dos jovens portugueses está abaixo da média da OCDE .
A literacia financeira e o incentivo à poupança devem começar logo na infância, para que as crianças adquiram os primeiros conceitos relacionados com dinheiro.
No entanto, à medida que as crianças se tornam adolescentes, ganham maior autonomia e maturidade, e podem avançar nos conhecimentos. Ao gerir as suas próprias ferramentas e produtos financeiros, ainda que de forma controlada e com funcionalidades próprias para a idade, os jovens vão ganhar competências práticas de gestão de dinheiro essenciais para a sua vida adulta.
Por outro lado, quanto mais cedo começar uma poupança ou um investimento, melhor será o resultado a longo prazo. Não só devido aos juros simples, mas sobretudo pelo potencial de juros compostos (juros sobre juros), que permitirá que o dinheiro aplicado cresça por si só.
Mais do que os adultos criarem estas poupanças para os mais novos, é importante que os jovens estejam envolvidos neste processo – e que assim fiquem a par das dinâmicas financeiras, do funcionamento dos diferentes instrumentos/produtos e da evolução da rentabilidade.
Produtos financeiros para jovens
De forma geral, os produtos financeiros para jovens estão direcionados para uma ou mais de três vertentes:
- gestão de dinheiro no dia a dia (pagamentos, gestão de mesadas, etc)
- poupanças
- investimentos
Dependendo da idade, poderão existir limitações e funcionalidades/operações exclusivamente parentais (ou seja, funcionalidades reservadas aos adultos titulares).
Conheça alguns exemplos de produtos financeiros para jovens.
1. Contas à ordem para jovens
Há um leque variado de contas à ordem destinadas aos mais jovens, com diferentes características. Dependendo da idade específica, podem permitir maior ou menor autonomia na gestão da conta à ordem. Por norma, para jovens menores de idade, estes podem usar o dinheiro no dia a dia, mas o controlo de fundos disponíveis e utilização recai nos pais (ou outros maiores de idade associados). Para maiores de idade, a autonomia é total. Em ambos os casos, os custos associados são muito vantajosos (isenção de comissões, por exemplo).
Em diversas contas à ordem para jovens, é possível associar também uma conta-poupança jovem e cartões de débito.
2. Cartões pré-pagos
Os cartões pré-pagos direcionados a jovens permitem a gestão de mesadas, levantamentos e pagamentos (na escola ou na Internet, por exemplo), de forma controlada. O dinheiro é transferido para o cartão, para que o jovem possa gerir o saldo disponível e, por norma, sob controlo parental dos movimentos do cartão.
3. Contas-poupança
São uma das soluções de poupança mais conhecidas, tanto para crianças como para jovens, e permitem render juros sobre dinheiro depositado (em entregas regulares ao longo do tempo), que ficará depois disponível para o jovem, no futuro.
Apesar de, por norma, bastante seguros (o capital aplicado é garantido), as remunerações tendem a não ser muito atrativas. Uma alternativa podem ser os depósitos a prazo (também, por norma, com capital garantido) que tenham melhores remunerações. Tenha em conta, no entanto, que muitos depósitos a prazo preveem apenas entregas únicas e não reforços regulares.
Estas contas (contas-poupança / depósitos a prazo) podem ser subscritas em nome de menores pelos seus representantes legais.
4. Certificados de aforro
Os jovens poderão ter uma conta aforro em seu nome e beneficiar do investimento em certificados de aforro, com juros compostos (os juros são obtidos de três em três meses – capitalização trimestral –, reinvestidos automaticamente na poupança) e prémios de permanência até ao resgate da poupança.
Para serem subscritos em nome de um jovem menor, é necessário que este seja um dos titulares da conta bancária associada à conta aforro. Qualquer resgate só pode ser feito depois dos 18 anos.
Os certificados são títulos de dívida pública com capital garantido, com baixo risco e elevada liquidez.
5. Investimento em ETF ou ações, através de contas de investimento
Não sendo destinados, especificamente, a jovens, certas corretoras permitem a abertura de contas de investimento com titularidade de menores (desde que os representantes legais também assumam a cotitularidade). Pode ser uma boa oportunidade para que o jovem se comece a familiarizar com a exposição ao mercado bolsista, acompanhando o investimento em ações ou em ETF (Exchange-Traded Funds), numa estratégia controlada pelos pais.
Ao ter titularidade, o jovem acaba por estar mais envolvido nos investimentos e na evolução dos títulos, embora as decisões de investimento sejam, por norma, sujeitas a decisão dos titulares maiores de idade.