As despesas das férias fazem aumentar as suas preocupações com dinheiro? Conheça algumas estratégias que o podem ajudar a gerir e diminuir a ansiedade financeira nas férias.
As férias são, por norma, um período de descanso, de recarregar energias e de afastar as preocupações do dia a dia. Ainda assim – e como as férias podem representar um período de despesas extraordinárias –, é comum que possam ser momentos também associados a ansiedade financeira.
Esta é uma preocupação ligada aos custos durante as férias, mas também de antecipação com o impacto dos mesmos no orçamento a gerir no regresso. Quanto dinheiro vou ter no final do mês, quando terminar as férias? Como é que isso vai afetar as minhas finanças e as despesas do regresso à vida ativa e do regresso às aulas dos mais novos? – estes podem ser alguns dos pensamentos constantes de quem sofre de ansiedade financeira nas férias.
É possível, no entanto, implementar diversas estratégias para minimizar a ansiedade financeira e aproveitar o merecido descanso que as férias trazem, sem preocupações em excesso. O segredo? Prevenção e organização.
O que é a ansiedade financeira?
Ansiedade financeira é a ansiedade relacionada especificamente com dinheiro. Quem sofre de ansiedade financeira está constantemente preocupado e a sentir-se desconfortável, de forma excessiva, com questões relacionadas com dinheiro. E apresenta sinais visíveis disso mesmo, como mudanças de humor ou sintomas físicos.
Estas são questões geralmente associadas a momentos de desorganização financeira, crise ou endividamento excessivo, mas a verdade é que não só. A ansiedade financeira pode acontecer em qualquer altura da vida, independentemente do património que tem e do seu saldo bancário.
Para saber mais: Já ouviu falar de ansiedade financeira? Saiba o que é e como pode enfrentar este problema
Como evitar a ansiedade financeira nas férias?
É importante perceber que a ansiedade financeira não desaparece num piscar de olhos e que podem existir diversos fatores relacionados que precisam de ser abordados. Pode e deve recorrer ao apoio de profissionais qualificados.
Existem, ainda assim, diversas ações que o ajudam a reduzir o nível de ansiedade financeira nas férias – focadas sobretudo na organização das finanças pessoais – e que pode implementar desde já. Partilhamos consigo 6 estratégias a adotar na sua vida.
#1 Analise, detalhe e orçamente as suas finanças
A preocupação financeira decorre, muitas vezes, do desconhecimento da situação em que se encontra. Pode cair na tentação de pensar que “mais vale nem saber”, mas a verdade é que a ignorância abre caminho tanto à idealização de cenários pessimistas (que podem nem se confirmar, na prática), como ao adiamento de ações concretas que podem melhorar a vida financeira.
É importante que rastreie o seu património e conheça todas as entradas e despesas de dinheiro. E que, a partir dessa “fotografia” às suas finanças, possa começar a organizar-se com um orçamento pessoal (ou familiar) claro e realista das despesas a ter (por categoria), receitas, poupanças e investimentos.
#2 Faça um orçamento específico de férias – e cumpra-o
Tal como um orçamento pessoal é importante para gerir as suas finanças pessoais diárias, deve aplicar o mesmo princípio às férias.
Defina um patamar máximo para despesas de férias e orçamente as várias categorias de custos (viagem, estadia, alimentação, extras diários). Poderá traduzir o orçamento em limites diários de gastos (descontando a viagem e a estadia, que por norma é paga antecipadamente), para assim se poder organizar e rastrear melhor as despesas, a cada dia.
É também fundamental que, estabelecidos estes limites de gastos, os cumpra cuidadosamente – sem se deixar tentar por despesas desnecessárias, fruto de impulsos do momento.
Leia também: Orçamento de férias: 6 estratégias para planear e poupar
#3 Vá monitorizando os gastos em férias
Como já referimos, o desconhecimento pode aumentar as preocupações financeiras.
Por isso, assegure-se de que está a par de todos os gastos que vai fazendo em férias, contabilizando todas as despesas (mesmo as mais pequenas, como um café ou um gelado).
Desta forma, pode garantir que está em linha com o orçamento previsto – e ficar tranquilo com o impacto financeiro das férias. E, se acabar por exceder os limites diários numa ocasião ou outra, tem margem para corrigir e compensar o orçamento nos restantes dias.
#4 Antecipe, sempre que possível, alguns gastos
É mais fácil gerir uma despesa em parcelas, ao longo do tempo, do que tudo de uma vez.
Nesse sentido, uma boa estratégia pode ser antecipar, nos meses anteriores, alguns dos custos que terá em férias. Isto pode ser feito em despesas além da estadia e viagem, como é o caso da compra antecipada de experiências culturais e turísticas, reservas (e pagamento) de refeições a preço fixo, entre outros.
Quanto mais conseguir antecipar (e diluir nos meses anteriores), menor será a carga financeira durante as férias – e menores as preocupações.
#5 Utilize diferentes contas
Para reduzir riscos de gastar mais do que o previsto, afetando o resto as finanças pessoais do dia a dia, separe o dinheiro das férias da conta à ordem que utiliza normalmente.
Com diferentes contas, deixa de ser possível usar indevidamente, quase sem dar conta, o dinheiro que tem alocado a outras despesas correntes. E é também um incentivo a que obedeça aos limites do orçamento de férias que estabeleceu previamente.
Para não ter custos acrescidos com esta estratégia, considere usar contas que não impliquem o pagamento de comissões.
#6 Conte com um plano para emergências
E se tudo correr mal? E se houver um imprevisto nas férias e tiver de gastar mais dinheiro? E se tiver uma urgência financeira em casa, como um eletrodoméstico que deixou de funcionar, ou uma avaria no carro?
Mais uma vez, o segredo é antecipar e organizar-se para que, em vez de se preocupar com cenários negativos, possa estar preparado para os enfrentar. As empresas costumam ter preparados planos de gestão de crise, que os guiam durante imprevistos. Porque não fazer o mesmo com as suas finanças?
Estabeleça estratégias financeiras para lidar com imprevistos e, mais importante, inicie ou reforce o seu fundo de emergência. Tal como o nome indica, este fundo é um pé-de-meia que serve para o salvaguardar em caso de emergências financeiras – e garantir que há dinheiro de parte que pode ser usado.
As boas práticas das finanças pessoais recomendam que o fundo de emergência reúna um montante equivalente a entre seis e 12 meses das suas despesas mensais. Desta forma, poderá ir de férias sabendo que, mesmo que uma emergência financeira aconteça, tudo está assegurado.