Entre 2022 e 2023, o número de milionários em Portugal aumentou de 166,7 mil para 171,8 mil pessoas. Ou seja, há mais de cinco mil novos milionários no país. Os números constam do relatório “Global Wealth Report 2024”, da UBS, publicado hoje, 10 de julho, e que contabiliza as pessoas com património superior a um milhão de dólares (aprox. 924 mil euros, em conversão atual).
A tendência de crescimento da riqueza deverá continuar no país: em 2028, a UBS prevê que o número de milionários em Portugal seja de 189,2 mil pessoas. Trata-se de um crescimento estimado de 10%, o que, ainda assim, está bastante abaixo de outros países: no ranking de países analisados, em termos de evolução 2023-2028, Portugal está em 31.º lugar.
No topo da lista está Taiwan, com um aumento esperado de 47% no número de milionários entre 2023 e 2028. Segue-se a Turquia, com 43%. Estes países deverão ter, respetivamente, 1,2 milhões e 87 mil milionários, em 2028.
Ainda assim, o “campeão” absoluto de milionários em 2023 e 2028 são, indiscutivelmente, os Estados Unidos da América. Em 2023, existiam cerca de 22 milhões de milionários no país. Em 2028, a UPS estima que sejam mais de 25 milhões.
Por região, os Estados Unidos concentram 38% dos milionários do mundo, a Europa ocidental (excluindo Reino Unido) 23% e a China 13%.
Os milionários representam 1,5% da população adulta dos países analisados pelo “Global Wealth Report 2024”.
Riqueza média em Portugal aumentou 81% desde 2008
A riqueza média aumentou globalmente, em 2023, com apenas poucas exceções. E em Portugal? No ano passado, o património líquido por adulto, em Portugal, foi de cerca de 68 mil euros. Mais 3,8% do que em 2022.
Desde 2008, a riqueza média por adulto aumentou 81% em Portugal. Um crescimento acelerado quando comparado com os 41% registados na região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), para o mesmo período. Em termos absolutos, a EMEA é a região com maior riqueza média, medida em dólares, em 2023: 166 mil dólares per capita (153 mil euros, à taxa atual).
Para referência, a região Ásia-Pacífico teve um aumento de riqueza per capita de 122% desde 2008, registando, em 2023, um património líquido por adulto de 156 mil dólares (144 mil euros). Já nas Américas, o aumento foi de 110% e, em 2023, a riqueza média ficou nos 146 mil dólares (135 mil euros).
Em termos de desigualdade na distribuição de riqueza, em Portugal houve um aumento ligeiro, de menos de 2%, desde 2008. No geral, as desigualdades mantêm-se em linha com a média da Europa Ocidental.
A África do Sul foi o país analisado com maior desigualdade de riqueza em 2023 (82, no Índice Gini), seguido do Brasil (81) e dos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita (ambos com 77).