Está a pensar investir nos mercados financeiros mas não sabe em que setores? Apesar dos receios e incertezas que poderão materializar-se este ano, existem setores que se podem destacar pela positiva e gerar potenciais oportunidades através de uma boa seleção de empresas, mesmo com alguns riscos no horizonte.
O MoneyLab apresenta-lhe os setores que, de acordo com os analistas questionados, poderão destacar-se ao longo de 2023. Contudo, importa relembrar aqueles que poderão ser os riscos que deverá considerar antes de investir o seu dinheiro.
Energia
Após um ano muito forte no setor em 2022, com uma valorização superior a 50%, Ângelo Custódio, Trader do Banco Best, estima que “a dinâmica de valorização poderá evoluir ainda mais em 2023”, com a “procura de Oil&Gas a continuar elevada nas principais economias mundiais ainda em recuperação da pandemia”, assim como a “evolução da procura versus a oferta que, atualmente, pende fortemente para o lado da procura”.
Indústria
Após um longo período de subinvestimento no setor e a recente quebra nas cadeias de distribuição pós-Covid, as empresas e os governos procuram agora aumentar a produtividade e a manufaturação doméstica. “O risco de recessão poderá ter algum impacto no curto prazo, mas a médio prazo é improvável que tenha impacto nos investimentos necessários à sustentabilidade das empresas durante este e os próximos anos”, salienta o analista.
Utilities
Para 2023, o outlook para este setor é “forte”, qualifica Ângelo Custódio, justificando que “a legislação para reduzir o impacto dos gases e criar opções de energia verde mais acessíveis às empresas e consumidores deu um forte impulso ao setor”. Neste sentido, as empresas que atuam na transição energética deverão ser as principais beneficiárias no imediato, sendo que algumas delas já apresentam ganhos muito sólidos e uma distribuição de dividendos em crescendo.
Tecnológico
Depois de um 2022 desafiante para este setor, em que o índice tecnológico norte-americano Nasdaq perdeu mais de 30%, o mesmo analista defende que “as novas trends corporativas são, sem dúvida, tecnológicas, o que poderá criar novas oportunidades e receitas para as empresas tech”, particularizando as empresas de serviços de cloud, software, 5G e semicondutores, que podem ser o destaque deste ano.
Além da tecnologia, Rina Guerra, Equity Portfolio Manager do Banco Carregosa, salienta que “continuamos cautelosos a nível setorial preferindo setores mais defensivos como o consumo corrente e saúde“. “A temática da modernização de infraestruturas e edifícios, com vista ao aumento da eficiência energética e redução da pegada de carbono, continua a ser um tema que gostamos ao nível da construção“, acrescenta.
A gestora assume uma postura “mais neutra quanto à banca (que beneficiará de taxas mais elevadas, mas poderá ver o crédito malparado a aumentar, num ambiente de recessão) e ao setor do turismo (que gostamos bastante, mas que já recuperou muito no pós-pandemia)”.
Em sentido inverso, considera que “é ainda cedo para entrar nos setores mais cíclicos como a indústria, consumo discricionário e automóvel, que são os que mais poderão sofrer num contexto de recessão”.
A nível geográfico, a Rina Guerra esclarece que “favorecemos a Europa (excluindo o Reino Unido) face aos EUA (sobretudo pela atratividade das avaliações naquela geografia)”, sendo que o Reino Unido mantém-se como a geografia “menos apetecível, pela sua exposição às matérias-primas, que poderão reverter o seu comportamento em 2023”.
Neste sentido, a gestora defende que “a escolha por empresas de qualidade com balanços fortes, margens de lucro elevadas e estáveis, continua a ser chave. A avaliação vai continuar a ser determinante para os investidores em 2023”.
Também Vítor Madeira, analista da XTB, considera que “as empresas de crescimento, sobretudo as tecnológicas, têm sido as mais penalizadas pela atual conjuntura económica” e surgem como as ideais para este ano.
“Para este ano, esperamos que a volatilidade permaneça, dado que continuam a existir falhas macroeconómicas preocupantes, como alguns sinais positivos de recuperação onde alguns setores poderão beneficiar dessa melhoria. Portanto uma boa diversificação ficará sempre um passo à frente do que tentar colocar os ovos todos no mesmo cesto”, defende.
O analista considera que, neste caso, “a utilização de ETFs para diversificar em mercados como o S&P 500 ou o Eurostoxx 50, são uma das alternativas que muitos investidores tendem a recorrer nestas alturas”.
Disclaimer: Todo o conteúdo tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui qualquer recomendação ou aconselhamento financeiro. O leitor deverá sempre fazer as suas próprias análises e recolher diferentes tipos de informações antes de tomar qualquer decisão de investimento.