
A dívida pública global continua a subir e deverá chegar aos 111 biliões (trillions na escala americana) de dólares em 2025, o equivalente a cerca de 95% do PIB mundial. Este número impressiona não só pela dimensão absoluta, mas também porque mostra como muitos países tornaram-se cada vez mais dependentes de endividamento para financiar despesas correntes, responder a crises e manter as suas economias em funcionamento. Hoje, 23 nações já “devem” mais do que produzem anualmente, e duas delas, o Japão e o Sudão, apresentam dívidas superiores ao dobro do seu PIB.
O Japão lidera a tabela mundial, com uma dívida equivalente a 230% da sua economia. Ainda assim, o novo governo japonês prepara-se para avançar com mais apoios à economia e manter uma política monetária expansionista. Este tipo de estratégia pode aumentar ainda mais o peso da dívida, mas a bolsa japonesa (Nikkei 225) tem registado uma forte valorização este ano, com ganhos próximos de 24% desde janeiro.
Na Europa, a Grécia continua a ser o país mais pressionado pela dívida, representando 147% do seu PIB, seguida de Itália (137%) e França (117%). No caso francês, o desafio tem sido agravado por forte instabilidade política, com debates intensos sobre cortes orçamentais e uma sucessão de 5 primeiros-ministros nos últimos três anos. Já Portugal surge numa posição intermédia, com um rácio de cerca de 91%, ainda elevado, mas abaixo do pico de 134% atingido em 2020.
Entre as grandes potências, o destaque vai para os Estados Unidos e a China, que juntos concentram cerca de 52% da dívida pública mundial. Os EUA apresentam um rácio de 125% e continuam a adicionar cerca de 1,8 biliões de dólares por ano ao seu passivo, alimentando receios de insustentabilidade a médio prazo. Já a China enfrenta um aumento rápido da dívida, resultado de estímulos económicos e da quebra nas receitas ligadas ao setor imobiliário. O FMI estima que o rácio chinês possa passar dos atuais 96% para 113% até 2029.
O FMI estima que a dívida mundial possa atingir 100% do PIB global até 2029, um nível comparável ao período pós-Segunda Guerra Mundial, quando as grandes economias ainda recuperavam dos seis anos de guerra e enfrentavam enormes custos de reconstrução.
A instituição alerta que muitos países, mesmo aqueles com rácios aparentemente baixos, já enfrentam dificuldades para gerir os seus compromissos financeiros. Com pressões adicionais ligadas ao investimento em defesa, ao envelhecimento populacional, aos fenómenos climáticos extremos e aos investimentos necessários em novas tecnologias, o caminho para uma maior sustentabilidade orçamental promete ser um dos grandes desafios dos próximos anos.
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