A Reserva Federal dos Estados Unidos voltou a baixar as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, para uma faixa entre 3,75% e 4%, o nível mais baixo dos últimos três anos. O objetivo é dar algum impulso à economia, num momento em que o mercado laboral começa a dar sinais de arrefecimento e a inflação, que ronda atualmente os 3%, continua acima da meta de 2% definida pela Reserva Federal .
Jerome Powell, presidente da Fed, sublinhou que o rumo da política monetária continua incerto. “Não é garantido que haja novo corte em dezembro”, afirmou, referindo que entre os membros do comité há visões bastante diferentes sobre os próximos passos a tomar acerca da política monetária norte-americana.
A decisão, que foi aprovada por 10 votos contra 2 entre os responsáveis do Federal Open Market Committee (FOMC), não surpreendeu os investidores, o que surpreendeu foi o tom mais cauteloso de Powell. Com o governo norte-americano em shutdown e os principais dados sobre emprego e inflação em atraso, a Fed foi forçada a agir com informação incompleta. É a primeira vez desde 2019 que tal acontece, o que aumenta a incerteza sobre as próximas decisões.
A decisão da Fed surge num contexto delicado, a economia continua a crescer, mas a um ritmo mais lento, e o mandato de Powell termina já em maio. Até lá, restam-lhe apenas quatro reuniões para decidir se o ciclo de cortes continua ou se o banco central mantém os valores atuais das taxas.
Com Donald Trump de regresso à Casa Branca e em posição de nomear o próximo líder da Reserva Federal, o futuro da política monetária dos Estados Unidos poderá seguir uma nova direção.
