
Fonte: tradingeconomics.com
Nota: Todos os retornos estão expressos na moeda local dos respetivos índices, não sendo afetados pela variação cambial. Data: 23/10/2025
Em 2025, vários mercados europeus e emergentes têm superado o desempenho dos EUA. Espanha, Grécia, Portugal, Alemanha e Itália surgem com retornos fortes, tal como México, Brasil, Vietname, Taiwan e, sobretudo, a Coreia do Sul. Importa lembrar que os retornos do quadro estão na moeda local de cada país, ou seja, não incluem o efeito da conversão cambial.
O desempenho mais robusto de muitos mercados europeus e emergentes em 2025 deve-se a vários fatores que em conjunto criam um contexto favorável para as suas economias.
Primeiro, o ponto de partida. As ações fora dos EUA, em média, negociavam com avaliações mais baixas e dividend yields mais altas. Desta forma, a melhoria nas perspetivas de crescimento das empresas e as quedas das taxas de juros, tiveram um efeito bastante positivo nestas economias.
Segundo, a composição setorial. A Europa e vários países emergentes têm maior exposição a setores como a banca, energia, produção industrial e matérias-primas, que tendem a beneficiar com os cortes nas taxas de juro e no maior investimento público (como por exemplo, o investimento na transição energética, infraestruturas e defesa).
Terceiro, vários mercados emergentes foram impulsionados por fatores estruturais específicos. No México, o movimento de transferência da produção dos EUA (nearshoring) continua a atrair investimento estrangeiro; no sul da Europa, o turismo e os serviços mantêm-se em níveis recorde, apoiando o crescimento económico; e em economias exportadoras de matérias-primas, como o Brasil ou a África do Sul, os preços elevados dos recursos naturais contribuíram para ganhos no mercado acionista.
O caso da Coreia do Sul também merece destaque. O país é um dos grandes vencedores do investimento em inteligência artificial, via empresas de semicondutores e memórias avançadas usadas em data centers (empresas como a Samsung puxam o índice sul coreano).
No extremo oposto, a bolsa argentina apresenta perdas consideráveis em 2025. O país atravessa um período de ajuste bastante duro. A inflação elevada cede lentamente, o forte travão na despesa pública, cortes de subsídios e uma economia a contrair, contribuem no curto prazo para a redução dos lucros e da confiança dos investidores, sobretudo em setores ligados ao consumo e serviços.
Vale a pena recordar que em 2025 o dólar americano desvalorizou face ao euro e a várias moedas emergentes. Ou seja, para um investidor dos EUA, essa queda faz com que as ações europeias e emergentes pareçam ainda melhores quando traduzidas para dólares (ganha-se no mercado e ganha-se no câmbio). 
Pelo contrário, para um investidor da Zona Euro que tenha ações americanas, a desvalorização do dólar retira parte do retorno quando convertido para euros. Como o ranking acima está em moedas locais, mostra apenas o que aconteceu nas bolsas de cada país.
Este ano, até ao momento, os mercados acionistas têm premiado quem diversificou para lá dos EUA, e para o investidor comum, o mais sensato continua a ser construir uma carteira equilibrada entre classes de ativos, regiões e setores, em vez de depender exclusivamente de um único mercado.
