Imposto sobre janelas, sobre barba ou sobre solteiros… qual deles o mais caricato? Descubra alguns exemplos de impostos insólitos na história de diversos países.
Todos pagamos impostos. Afinal, a prática de impostos é quase tão antiga quanto a história da nossa espécie. Na Mesopotâmia, foram encontrados documentos de 4000 A.C. relativos a cobranças do governo sobre as colheitas de alimentos dos agricultores.
E se, desde então, passámos por inúmeras mudanças políticas, sociais e económicas, o mesmo se passou com o tipo de impostos cobrados. Descubra alguns dos impostos insólitos de diferentes países e períodos históricos.
Conhece estes 8 impostos insólitos?
Reunimos nove dos impostos insólitos mais surpreendentes ao longo da história e um pouco por todo o mundo.
1. Imposto sobre janelas
Quanto maior o número de janelas, maior o valor a pagar. Esta era o racional do imposto sobre janelas, aplicado em Inglaterra a partir de 1696. Criado pelo Rei Guilherme III, é hoje associado à origem dos impostos sobre imóveis aplicados na atualidade.
Na altura, para evitar a cobrança deste valor, tornou-se comum tapar as janelas com tábuas e surgiu até uma tendência para construir prédios com poucas aberturas que, estando sujeitos a problemas de ventilação, acabariam por afetar a saúde pública.
Impostos semelhantes surgiram em países como a Irlanda e a França.
2. Imposto sobre os chapéus
Foi em 1784 que surgiu, em Inglaterra, um imposto sobre chapéus, aplicável apenas aos homens. Esta era uma forma de tributar os rendimentos, tendo em conta que as pessoas mais ricas teriam muitos chapéus mais dispendiosos, enquanto os mais pobres apenas teriam um chapéu mais barato, ou nem sequer conseguiriam adquirir um.
Para manter o controlo do imposto, quem comprasse um chapéu precisava de adquirir um selo de certificação e todos os vendedores de chapéus precisavam de comprar licenças. Este imposto foi abolido em 1811.
3. Imposto sobre a urina
Na Roma Antiga, foi criado um imposto sobre a venda da urina recolhida nos sanitários públicos. O motivo? O amoníaco era um produto valioso no Império Romano – usado como fertilizante, para limpezas e para o fabrico de couro, por exemplo – e provinha sobretudo da urina humana dos sanitários públicos de Roma.
4. Imposto sobre solteiros
Atualmente, podemos ver diferenças na forma de tributação de rendimentos entre solteiros e casados (ou unidos de fato). No entanto, ao longo da história, diversos países chegaram a aplicar impostos diretos a quem fosse solteiro, por diversas razões.
No Império Romano, por exemplo, um imposto deste âmbito foi criado para incentivar o casamento, existindo ainda penalizações para casados sem filhos. No século XVII, em Inglaterra, o “imposto de registo” tributava solteiros acima dos 25 anos, assim como nascimentos, casamentos, enterros e viúvas sem filhos.
Já no início do século XX, Argentina aplicou um imposto sobre solteiros, com isenções para quem fizesse prova de que teria pedido em casamento uma mulher, sendo rejeitado. Também na África do Sul foi aprovado um imposto sobre solteiros, em 1919, por motivos étnicos: equilibrar em número a população branca com a população negra do país.
5. Imposto sobre o metano gerado por vacas
Na Nova Zelândia, um imposto sobre o metano produzido por gado bovino e caprino começará a ser cobrado aos agricultores, a partir de 2025, numa medida em prol da ação climática.
Já em 2009, a Dinamarca tinha proposto um imposto sobre as emissões de metano geradas pelo gado bovino. Devido a uma forte oposição social, a proposta de imposto acabou por não avançar, embora existam outros países da União Europeia a cobrar impostos sobre gado.
As vacas – e outros animais ruminantes – produzem metano no processo de digestão de alimentos. No caso específico dos bovinos, as emissões de metano são libertadas para a atmosfera através de arrotos.
6. Imposto sobre a cobardia
Na Inglaterra medieval, havia a possibilidade de fazer um pagamento para evitar cumprir o serviço militar. Embora não fosse um imposto oficial, esta prática acabou por ficar conhecida como “imposto sobre a cobardia”. Para além disto, teve um importante contributo para o clima de insatisfação que culminou na Magna Carta, um documento que limitou os poderes dos reis de Inglaterra.
7. Imposto sobre fachadas
Alguma vez reparou na forma como os famosos canais de Amesterdão estão cercados de casas profundamente estreitas e profundas? Esta opção arquitetónica teve origem num imposto insólito em vigor durante os séculos XVIII e XIX, nos Países Baixos e na França, com base na largura da fachada da casa. Para fugir à tributação, começaram a surgir casas com fachadas muito estreitas, cujo espaço era compensado através da profundidade.
8. Imposto sobre a barba
No final do século XVII, o czar Pedro, o Grande, instituiu na Rússia um imposto sobre a barba, por um motivo insólito. Movido pela ambição de rivalizar com os grandes poderes da Europa ocidental, o czar queria modernizar a Rússia, o que incluiu o incentivo a que os homens passassem a não usar barba, num estilo mais ocidental. Quem quisesse manter a barba, teria de pagar o imposto e transportar consigo o comprovativo do pagamento.