O Banco Central Europeu (BCE) confirmou as expectativas dos analistas e economistas e subiu hoje as taxas de juro de referência na Zona Euro em mais 50 pontos base. Ficou ainda feita a promessa de que, em Março, haverá um novo aumento.
A entidade monetária da Zona Euro liderada por Christine Lagarde realizou hoje a quinta subida consecutiva das taxas de juro desde Julho do ano passado, mês em que iniciou o atual ciclo de agravamento da política monetária.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa para 3%, enquanto as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez avança para 3,25% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito será aumentada para 2,5%.
Com esta subida, as taxas diretoras do BCE estão ao nível mais elevado desde 2008, numa subida que acontece depois da Reserva Federal norte-americana (Fed) ter subido ontem a sua taxa de juro em 25 pontos base para o intervalo 4,5%-4,75% – o valor mais elevado desde Novembro de 2007 – em linha com o que era esperado pelo mercado, e de também hoje o Banco de Inglaterra ter aumentado as taxas de juro pela décima vez consecutiva, com uma de subida de 50 pontos base, para 4%, em linha com as expectativas do mercado.
Em comunicado após a reunião de política monetária, o BCE garante que “prosseguirá a trajetória de subida significativa das taxas de juro a um ritmo constante e mantê‑las‑á em níveis suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo. Em conformidade, o Conselho do BCE decidiu hoje proceder a um aumento de 50 pontos base das três taxas de juro diretoras do BCE, as quais espera continuar a aumentar”.
A entidade liderada por Christine Lagarde deixa ainda a promessa: “Atendendo às pressões sobre a inflação subjacente, o Conselho do BCE tenciona aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na próxima reunião dedicada à política monetária, em Março, e avaliará então a trajetória subsequente da política monetária”.
“Manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação. De qualquer modo, as futuras decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro diretoras continuarão a depender dos dados e a seguir uma abordagem reunião a reunião”, acrescenta o BCE.