Para grande parte dos portugueses, o Verão é sinónimo de alguns dias de descanso. É também nesta altura que alguns trabalhadores recebem o subsídio de férias, para que aproveitem os dias off de forma mais descontraída e com alguma folga financeira.
Acontece que vivemos um momento de alguma incerteza, com a inflação a bater recordes e as taxas de juro a aumentar. Tudo isto se reflete nas carteiras e tem impacto na vida das famílias. Se já recebeu o seu subsídio e ainda não sabe onde alocar o valor, pode ser importante refletir um pouco sobre o destino que lhe vai dar.
O que é o subsídio de férias?
Também conhecido como 14º mês, o subsídio de férias é um salário adicional atribuído aos trabalhadores. O valor a receber é o correspondente a um mês de trabalho e diz respeito apenas à remuneração base mensal. Subsídios, abonos ou ajudas de custo ficam de fora.
Quem recebe subsídio de férias?
Têm direito a receber subsídio de férias os trabalhadores com contrato de trabalho (sem termo, a termo certo ou incerto); os funcionários públicos e os pensionistas.
Quando se recebe o subsídio de férias?
Para os trabalhadores do setor privado, o subsídio é pago na totalidade, antes do início período de férias ou proporcionalmente, quando as férias são gozadas interpoladamente. Ainda assim, muitas empresas optam por pagar o valor por inteiro, num dos meses da estação quente. No caso dos trabalhadores da função pública, o subsídio é pago no mês de Junho. Para os reformados, o montante é recebido em Julho.
Quem recebe este subsídio em duodécimos, vai recebendo 50% do montante ao longo do ano, juntamente com o salário mensal, e receberá o restante no mês anterior ao das férias.
Que destino dar ao dinheiro?
O destino ideal do subsídio varia caso a caso e há várias opções. Se para alguns pode ser mais indicado reservar o dinheiro para uma despesa futura ou para amortizar uma dívida, com certeza que para outros, este subsídio pode ser utilizado para gozar descontraidamente as férias. As finanças são pessoais e deve-se sempre proceder a uma análise global da situação individual ou familiar para perceber onde será mais vantajoso alocar o dinheiro extra.
Começar ou reforçar o fundo de emergência
O fundo de emergência deve ser, pela sua importância, o primeiro objetivo de poupança. Pode ser uma grande ajuda em momentos de corte de rendimentos inesperado, por doença ou situação de desemprego. Deve corresponder ao equivalente das despesas mensais para três, seis meses ou um ano.
Com este valor de parte, conseguirá fazer face a imprevistos de forma mais tranquila. Se ainda não começou o seu, pode aproveitar o subsídio de férias para o efeito. Se já tem um fundo de emergência, reforce-o.
Começar a investir
Se já tem um fundo de emergência constituído e quer começar a investir, pode reservar uma parte do subsídio de férias para isso. As opções para começar a pôr o seu dinheiro a trabalhar para si são muito variadas, mas estão sempre dependentes de uma série de fatores. Os seus objetivos, o horizonte temporal dos mesmos e o seu perfil de investidor são alguns deles.
Reservar o dinheiro para encargos futuros ou impostos
Seja qual for a altura do ano, há despesas que não falham a aparecer e o subsídio de férias pode ser a solução para elas. Veja-se o caso dos manuais e materiais escolares, para quem tem filhos. O regresso ás aulas é uma altura de despesas que o subsídio de férias pode ajudar a aliviar.
Por outro lado, se tem o IRS para pagar, é até ao último dia do mês de Agosto que o pode fazer – a menos que tenha procedido à entrega da declaração depois do prazo, caso em que terá de ser paga até 31 de Dezembro.
Ainda no capítulo dos impostos, Agosto é mês de pagar o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), para quem tem o imposto fracionado em 3 prestações. Também pode aproveitar o valor do subsídio para liquidar esta despesa. O mesmo se aplica ao IUC (Imposto Único de Circulação) cujo pagamento é anual e deve ser feito até ao último dia do mês registado na matrícula dos veículos. Caso o seu ainda não tenha chegado, pode já reservar o valor necessário.
Amortizar dívidas
Se tem alguns pagamentos em atraso ou dívidas para liquidar, o subsídio de férias pode ser uma alternativa para ficar livre delas e equilibrar as finanças da família.