A passada segunda-feira foi complicada para os investidores, com o mercado dos Estados Unidos a entrar em baixa. O “Bear Market” chegou ao principal índice de referência norte-americano (S&P 500), que registou uma queda de 3,88% para 3.749,63 pontos, no fecho da sessão. O valor registado fica quase 22% abaixo do pico atingido a 3 de Janeiro. Foram poucos os componentes do índice em território positivo no final do dia.
Mas não foi só o S&P 500 que tombou. O índice industrial Dow Jones caiu 2,79%, para 30.516,74 pontos e encontra-se agora 17% abaixo do pico mais recente. Já o tecnológico Nasdaq recuou 4,68% para 10.809,23 e está agora 32,7% abaixo dos 16.057,44 de 19 de Novembro de 2021.
A última vez que isto aconteceu foi no início da pandemia da Covid, a 19 de fevereiro de 2020. Tratou-se do Bear Market mais curto da história: durou pouco mais de um mês (até 23 de Março do mesmo ano). Nesse período, o S&P 500 caiu 34%.
Desta vez, os mercados já estavam sob pressão há alguns meses com uma série de fatores a contribuir para este aperto: os problemas na cadeia de abastecimento, em consequência da pandemia, o aumento dos preços do petróleo, a guerra na Ucrânia e a inflação galopante. Neste momento, a Reserva Federal norte-americana prepara-se para aumentar as taxas de juro, para a controlar.
O que é o Bear Market?
Bear Market é o termo utilizado quando índices como o S&P 500 ou o Dow Jones caem 20% ou mais, depois de um período de tempo sustentado em alta. Visto que os mercados comportam alguma volatilidade e podem sofrer quedas frequentes, há um ponto a partir do qual o mercado entra, oficialmente, em baixa.
Trata-se de um momento de pânico nos mercados em que os preços estão em queda. Os investidores estão pessimistas e podem querer desfazer-se dos investimentos: o comportamento de manada é muito frequente nestas alturas. Apesar de se dar nos mercados, estes períodos de baixa não se limitam apenas a eles e têm consequências na economia dos países. Nestes momentos, assiste-se, normalmente, a uma diminuição do PIB (Produto Interno Bruto), a um aumento das taxas de juro, dos preços e dos níveis de desemprego.
Utiliza-se um urso para representar a queda do mercado pelo modo como estes animais atacam, de cima para baixo, num movimento descendente. Em contraste, quando o mercado de ações está em alta, diz-se que estamos em Bull Market. A referência ao touro refere-se, novamente, a forma como o animal ataca.