Os certificados de aforro vão remunerar abaixo do teto máximo estabelecido para a série F. A taxa de juro bruta para novas subscrições em abril foi definida em 2,415%.
As condições da série F pressupõem um teto máximo de 2,5% de juro base. No entanto, este não é um valor garantido: a remuneração é calculada mensalmente com base na taxa Euribor a 3 meses (através da média dos últimos 10 dias úteis antes do cálculo).
A descida na taxa de juro em abril é reflexo da queda nas taxas Euribor, que, por sua vez, está relacionada com o alívio gradual nas taxas de juro diretoras da Zona Euro (definido pelo Banco Central Europeu).
A série F sempre tinha remunerado no seu teto máximo, desde o início da sua comercialização em junho de 2023. Abril vai ser o primeiro mês em que tal não acontece.
Aliás, esta é a primeira vez, em pouco mais de dois anos, que os certificados de aforro remuneram abaixo do texto máximo. A última vez que tal aconteceu foi ainda no âmbito da série E dos certificados de aforro, em fevereiro de 2023 (essa série estipulava um teto máximo de 3,5%).
A informação sobre a taxa de juro bruta dos certificados de aforro em abril foi comunicada, oficialmente, a 31 de março de 2025, pelo IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública. No entanto, em janeiro de 2025, no podcast MoneyBar, já tínhamos antecipado esta diminuição em relação ao teto máximo para o início do segundo trimestre do ano.
Vale a pena subscrever certificados de aforro?
Com esta diminuição, e tendo em conta que os juros são ainda tributados a 28% (retenção na fonte), os certificados de aforro são uma opção de investimento que se torna menos atrativa.
A tendência esperada que é que as taxas Euribor continuem a diminuir e, por isso, é possível que a taxa de juro dos certificados volte a cair nos próximos meses.
Ainda assim, este instrumento financeiro apresenta outras vantagens, nomeadamente a elevada liquidez, os prémios de permanência, o capital garantido e o baixo risco, uma vez que se trata de um título de dívida pública. Se prioriza estas características (em detrimento da rentabilidade), os certificados podem fazer sentido para si.
No caso dos depósitos a prazo (que são frequentemente comparados com os certificados porque também têm capital garantido e remuneração fixa), ainda há ofertas no mercado a remunerar acima dos certificados de aforro (sobretudo para novos clientes), mas são cada vez menos.
Em alternativa, poderá analisar outros investimentos com rentabilidades mais atrativas e diferentes exposições a risco. Tenha em conta que a escolha dos instrumentos e produtos deve depender do perfil, objetivos e prioridades de cada investidor.