A taxa ESTER, acrónimo para Euro Short-Term Rate, é uma nova taxa interbancária para operações em euros, que deverá substituir a atual Eonia (Euro Overnight Index Average), um índice médio da taxa de juro a um dia, que serve de base aos cálculos da Euribor.
O Banco Central Europeu (BCE) informou que irá publicar a nova taxa ESTER, taxa de juro de referência do euro sem garantias a um dia, em Outubro de 2019. A metodologia de cálculo da ESTER será baseada apenas em informação estatística do mercado monetário.
Atualmente, a taxa utilizada é a Eonia, contudo, esta deixará de cumprir os critérios da regulação de taxas de referência da União Europeia a partir de 2020, devido a muitos bancos terem deixado de fornecer a informação necessária, o que a torna cada vez menos fiável. Esta é uma taxa de juro de referência para um dia e é calculada com base nas operações reais no mercado interbancário, cujos dados eram fornecidos pelos bancos. O BCE atuará como administrador desta taxa e terá a responsabilidade de a disponibilizar.
A taxa ESTER, Euro Short-Term Rate, irá complementar as taxas de referência que existem e que são produzidas pelo setor privado e servirá de taxa de apoio para os cálculos da Euribor, relacionada com os empréstimos a prazos de uma e duas semanas, um, dois, três, seis, nove e 12 meses.
A taxa ESTER reflete o custo dos empréstimos grossistas em euros sem garantias a um dia dos bancos da zona euro. Será publicada para cada dia laboral do sistema de pagamentos em tempo real, TARGET2, sendo calculada com base nas transações conduzidas e liquidadas no dia anterior. Os dados que serão usados para o cálculo desta taxa serão fornecidos por 52 bancos informadores e será decidida a possível inclusão de mais bancos informadores antes do final de 2018.
O BCE criou em Setembro do ano passado um grupo de trabalho para estabelecer uma taxa de juro sem risco do euro, juntamente com a Comissão Europeia e outras autoridades dos mercados e serviços financeiros. Este grupo procurou identificar e recomendar taxas de juro sem garantias que fossem alternativas e que pudessem servir de base para novas taxas alternativas ás atuais taxas de referência. Espera-se que esta nova taxa aumente a transparência e reduza a possibilidade de manipulações, que podiam nem sempre traduzir as verdadeiras condições do mercado financeiro.
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