A OpenAI, criadora do ChatGPT, anunciou um acordo de peso com a fabricante de chips americana AMD, num negócio que poderá valer dezenas de milhares de milhões de dólares nos próximos anos. O objetivo é aumentar a capacidade de computação necessária para treinar e fazer funcionar os modelos de inteligência artificial da empresa, que exigem uma quantidade crescente de poder de processamento.
Segundo os termos do acordo, a AMD vai fornecer à OpenAI potência suficiente para gerar 6 gigawatts, o equivalente ao consumo anual de energia de cerca de 5 milhões de lares norte-americanos, em centros de dados equipados com os seus chips. A primeira tranche corresponderá a 1 gigawatt, e deverá começar a operar na primeira metade de 2026. Em troca, a OpenAI recebe o direito de comprar até 10% das ações da AMD a um preço simbólico, mas apenas se forem atingidas certas metas de desempenho e de valorização das ações no mercado.
Para a AMD, que tem ficado atrás da rival Nvidia na corrida dos chips usados em Inteligência Artificial, o acordo representa um enorme voto de confiança e uma oportunidade para ganhar terreno.
As ações da empresa dispararam mais de 20% logo após o anúncio, refletindo o entusiasmo dos investidores. Já para a OpenAI, o contrato é uma medida para reduzir a sua dependência da Nvidia, ao mesmo tempo que prepara uma expansão sem precedentes. A empresa-mãe do ChatGPT, planeia atingir 23 gigawatts de capacidade total nos próximos anos, um investimento que poderá ultrapassar os 100 mil milhões de dólares.
Apesar do entusiasmo do mercado, também há quem veja este tipo de acordo com alguma cautela. A OpenAI continua a registar perdas significativas, só no primeiro semestre de 2025 apresentou um resultado líquido negativo de 2,5 mil milhões de dólares, mesmo com receitas de 4,3 mil milhões.
O ritmo acelerado de investimento em inteligência artificial está a alimentar receios de uma possível bolha no setor. Ainda assim, vários analistas consideram que este acordo inaugura um novo capítulo na corrida global pela liderança em Inteligência artificial, com a OpenAI e a AMD a emergirem como aliadas estratégicas de peso.