Já ouviu falar de juros compostos ou da expressão “pôr o dinheiro a trabalhar para si”, mas tem dúvidas sobre do que se trata? Neste artigo, explicamos-lhe o que são juros compostos, como funcionam e como os pode aproveitar a favor dos seus investimentos.
Por norma, estamos habituados a pensar numa lógica de juros simples para o retorno de uma aplicação financeira. Imaginemos, por exemplo, um depósito a prazo: aplicamos um certo montante, durante algum tempo, e no final recebemos o nosso capital inicial acrescido de uma remuneração (juros).
Esta remuneração, por si só, é um juro simples e corresponde a um acréscimo calculado (em percentagem) sobre o valor inicial de uma aplicação financeira.
Com os juros simples, o capital inicial permanece o mesmo durante toda a operação, o juro é o mesmo para cada um dos períodos da operação e a taxa de juro é sempre aplicada apenas sobre o capital investido.
Mas é possível ir além dos juros simples para que o dinheiro cresça exponencialmente, ao longo do tempo. E é este o poder dos juros compostos.
Obter juros sobre juros
Tal como uma bola de neve (que, ao deslizar numa encosta, vai aumentando progressivamente de tamanho), os juros compostos implicam que os ganhos obtidos num determinado investimento (juros simples) sejam acrescentados ao capital inicial – o que faz aumentar, de forma exponencial, o bolo total. Ou seja, estará a receber juros sobre juros, aproveitando o chamado “efeito de capitalização”.
Com este efeito, o dinheiro investido cresce mais do que proporcionalmente ao longo do tempo. E, por isso, vai conseguir aumentar o retorno dos seus investimentos de forma mais rápida e com menos esforço do que usando apenas juros simples.
Isto acontece porque os juros são sempre somados ao capital inicial e, por isso, a taxa de juro é aplicada a um capital que varia. Logo, os juros vão aumentando.
Albert Einstein apelidou os juros compostos de “oitava maravilha do mundo”. Mas até que ponto podem contribuir para a remuneração rápida dos seus investimentos?
Pense, por exemplo, que começa a investir 100 euros todos os meses (com um capital inicial de 100 euros). Ao fim de 20 anos e com uma rentabilidade média anual de 7%, teria investido mais de 24 mil euros do seu dinheiro, mas com um total acumulado de cerca de 51.000 euros, graças ao poder dos juros compostos. Ou seja, com os juros sobre juros, conseguiria mais do que duplicar o valor que investiu.
Leia também: Infografia: O poder dos juros compostos
Como investir com juros compostos?
Os juros compostos não estão propriamente associados a um produto específico, mas sim à maneira como investe. Por isso, o efeito de capitalização pode ser feito de forma automática (se o produto financeiro assim o permitir) ou de forma manual, dependendo dos investimentos.
Entre os instrumentos financeiros que aplicam automaticamente o efeito de capitalização, contam-se os certificados de aforro, os Planos Poupança-Reforma (PPR) ou os ETF de acumulação.
No entanto, pode também aproveitar os juros compostos noutros instrumentos que não contemplam este automatismo, reinvestindo manualmente a remuneração obtida.
Para saber mais, oiça o podcast MoneyBar:
Juros compostos. O efeito nos empréstimos e nos investimentos