Tem filhos e quer começar a constituir uma poupança para a universidade, quando chegar a altura? Quanto mais cedo começar a preparar o futuro dos seus filhos, melhor. Mas qual a melhor forma? E quanto poupar para as crianças a cada mês?
Setembro é mês de regresso às aulas para muitas famílias. À medida que crianças e jovens dão os primeiros passos no novo ano letivo, pais e educadores acabam muitas vezes a pensar “está tão crescido”. E é verdade. Mais uns anos e a infância fica para trás, com novos desafios pela frente. E, quase sem se dar por isso, a criança torna-se um jovem adulto e é altura de ir para a universidade.
Porque o tempo passa rápido, é importante que as famílias possam antecipar e planear as despesas relacionadas com a educação universitária. Uma boa gestão financeira pode dar-lhe a almofada necessária para suportar os sonhos dos seus filhos – incluindo, por exemplo, financiar os estudos num país estrangeiro.
Qual a melhor forma de poupar para o futuro dos seus filhos?
Um pé-de-meia preparado com antecedência permite que a entrada na faculdade – com todas as despesas de propinas, material de apoio e até uma possível mudança para uma nova cidade – tenha um embate muito menor no orçamento familiar.
Quanto mais cedo começar uma poupança com este objetivo de financiar a educação dos seus filhos, menor será o esforço financeiro a comportar. Pode optar por poupanças regulares, de um valor fixo, todos os meses, para diluir o impacto.
Uma vez que o dinheiro parado no banco perde valor, devido aos efeitos da inflação, o ideal será que opte por um produto financeiro que permita rentabilizar as suas poupanças.
Qual a melhor opção? Tudo depende de vários fatores: quantos anos de poupança tem pela frente, até que o seu filho chegue à faculdade? Poderá ter necessidade de usar essa poupança para outros fins (ou seja, precisa de maior liquidez)? E qual a sua tolerância ao risco?
Dependendo das respostas acima, há vários produtos pelos quais pode optar. As tradicionais contas-poupança para crianças, oferecidas por vários bancos, têm uma baixa rentabilidade real que as pode tornar pouco atrativas. Em alternativa, poderá aplicar o dinheiro, por exemplo, em Certificados de Aforro (sobretudo se procurar maior liquidez), planos poupança reforma (PPR) ou, com maior perfil de risco, em fundos de investimento, ETF (exchange-traded funds) ou ações.
Analise as condições de cada produto financeiro para escolher a opção que mais se adeque ao seu caso.
Qual o seu objetivo financeiro?
Ao preparar uma poupança para financiar a educação superior dos seus filhos, deve estipular um objetivo financeiro. A partir daí, será mais fácil definir uma estratégia e o produto (ou produtos) financeiros onde investir.
Aos valores de hoje, um estudante universitário deslocado em Lisboa pode pagar cerca de 9.000 euros por ano (simulação feita tendo em conta propinas numa universidade pública de 697 euros + renda mensal de quarto de 450 euros + 3.000 euros para outras despesas, como comida, transportes e livros).
Se a opção for uma universidade privada, o valor necessário pode aumentar, devido às propinas. Por exemplo, no curso de medicina da Universidade Católica de Lisboa, para o ano 2023/2024, só as propinas representam um investimento anual de 16.200 euros.
Quanto a estudar no estrangeiro, tudo depende da área de estudo e do país de destino. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma instituição da Ivy League, como a Brown University, representa um investimento anual de 94 mil dólares (entre propinas, residência, despesas pessoais e seguro de saúde). Ou seja, o equivalente a cerca de 88,3 mil euros.
Já em Inglaterra, estudar em Cambridge implica um investimento anual a partir de 39 mil libras (calculado a partir da propina mínima mais a estimativa da própria universidade sobre os custos no país), o equivalente a cerca de 45 mil euros.
Aos custos de hoje, deve sempre considerar os efeitos da inflação. Pagar hoje um curso superior e despesas associadas não é um investimento igual ao que será daqui a 10 anos.
Começar agora: saiba quanto poupar para as crianças
Quanto poupar para as crianças, todos os meses? Esta é uma dúvida comum para quem quer antecipar estas despesas e começar a preparar, desde já, o futuro dos seus filhos.
A decisão de quanto poupar para as crianças mensalmente depende, sobretudo, da sua meta financeira, da rentabilidade do produto financeiro em que investir e do tempo que ainda falta para o seu filho começar o ensino superior. É muito diferente começar a poupança nos primeiros anos de vida da criança ou fazê-lo apenas três anos antes da entrada na faculdade, por exemplo.
Veja os seguintes cenários.
CENÁRIO A
A Maria quer constituir uma poupança de 30.000 euros para o futuro da sua filha, que tem atualmente 5 anos. Tem pela frente 13 anos para amealhar e investir, antes que a filha entre na faculdade e escolheu um produto com uma rentabilidade anual esperada de 2,5%.
Neste caso, a Maria precisa de uma poupança mensal de 162,95 euros para atingir o seu objetivo até a filha entrar na faculdade.
CENÁRIO B
O Jorge e a Isabel acabaram de ter o seu primeiro filho e querem constituir já uma poupança para ele, desde o nascimento. Têm já 1.000 euros de parte para começar e o objetivo é chegarem a 25.000 euros em 18 anos, mesmo a tempo da entrada na faculdade. Escolheram um produto com uma rentabilidade anual esperada de 3%.
Neste cenário, o montante de prestação mensal será de 81,43 euros.
CENÁRIO C
O Pedro começou agora o ensino secundário e tem pela frente três anos até entrar na faculdade. Os pais resolveram começar uma poupança complementar que os ajude a suportar o impacto das despesas do ensino superior. Estipularam um objetivo de 6.000 euros e querem começar a investir num produto com uma rentabilidade anual esperada de 1,5%.
Neste exemplo, a poupança mensal será de 163,05 euros.
Quer saber qual o montante da poupança mensal no seu caso? Recorra ao simulador MoneyLab.
Os valores apresentados neste artigo são meras simulações, não incluindo comissões e outros tipos de encargos que podem afetar o montante final. Deverá sempre analisar, com detalhe, os termos e condições de todos os produtos financeiros em que decidir investir.