É muito provável que já tenha ouvido falar na geração Z, sucessora dos famosos millennials, e que nasceu entre 1995 e 2010, já ligada à internet.
Como será que as circunstâncias em que cresceram estes jovens os impacta a nível financeiro? Que tipo de investidores serão eles? Foi este o mote para uma das conferências a que a equipa do MoneyLab assistiu, no primeiro dia da Web Summit.
A palestra “Gen Z: What you need to know about the next-gen investor”, decorreu no palco MoneyConf e é uma fotografia do que esperar da nova geração de investidores que se move nas redes sociais e que não podia ser mais diferente da dos seus pais.
Foi Uptin Saiidi, jornalista e criador de conteúdos online no Youtube e no Tiktok, que colocou a primeira questão ao painel, composto por Pavi Dhiman, estudante de 16 anos e membro do programa The Knowledge Society, Benjamin Chemla, co-fundador da aplicação de partilha de estratégias de investimentos Shares, e Nick Jones, co-fundador da carteira de criptomoedas e plataforma de pagamentos Zumo.
“O que torna a geração Z uma geração de investidores diferentes das anteriores?”, perguntou Uptin.
“Importamo-nos mesmo com as alterações climáticas, a sustentabilidade e os problemas sociais“, começou por responder Pavi. A geração Z, a que também ela pertence, parece preocupar-se mais com o comportamento das empresas perante os problemas da atualidade e isso distingue-a das anteriores, que sempre se mostraram mais focadas no dinheiro.
“É claro que também nos importamos com o dinheiro, mas o que é que aquela empresa faz? O está a fazer para ajudar a sociedade? É isto que nos distingue dos millennials“, rematou a estudante.
Já o co-fundador da Shares apontou para o facto de a geração Z já ter nascido num mundo com redes sociais, como o principal fator diferenciador. Segundo Benjamim, se praticamente todas as decisões que os jovens tomam passam pelas redes sociais, no que toca ao investimento, o rumo a seguir deverá ser o mesmo.
A verdade é que os jovens da nova geração confiam nas redes e nos conteúdos que lá circulam. Afinal, é maioritariamente isso que consomem. “Um facto curioso sobre a geração Z é que, para nós, é 5 vezes mais provável seguirmos um conselho que vimos numa rede social do que o dado por alguém com 41 anos ou mais. Seguimos as tendências”, comentou Pavi.
Influenciados por criadores de conteúdo online, estes jovens também dão ouvidos aos amigos, ainda que estes não sejam especialistas em nenhum assunto específico.“Há uma lacuna no nosso conhecimento: não sabemos onde investir e investimos porque os nossos amigos investem. É quase uma mentalidade de rebanho”, continuou Pavi. “As pessoas em quem confiamos são as pessoas que seguimos”, rematou.
Neste sentido, foram também as palavras de Nick Jones, para quem a solução para chegar à nova geração de investidores é dar-lhes literacia e autonomia, nomeadamente no que toca às criptomoedas, cuja popularidade tem crescido muito nos últimos anos. “É sobre transparência, educação, permitir que as pessoas saibam o que é aquilo e como funciona”.