Com o mercado a apresentar uma forte valorização nos preços, o investimento em imobiliário é bastante atrativo para os investidores. Mas que segmentos apresentam maior potencial? Conheça as tendências e oportunidades do setor, em 2025.
Em Portugal, o valor mediano do metro quadrado na habitação é de 1.662 euros, em termos de avaliação bancária. Os dados de 2024 foram divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e confirmam um aumento de 9,3% em relação ao ano anterior.
Quanto aos preços das casas, a informação mais recente do INE (3º trimestre de 2024) mostra um aumento homólogo de 9,8%, acompanhado de um aumento de 19,4% no número de transações. Nesse período, o valor de transações aproximou-se dos 9,1 mil milhões de euros (+28%).
São estatísticas que confirmam o ritmo acelerado de subida dos preços da habitação em Portugal. Em 2025, a tendência de subida deverá continuar, o que traz oportunidades para investidores deste segmento. Mas há outros segmentos com potencial relevante a ter em conta.
“De uma forma genérica, todos os segmentos do mercado imobiliário apresentam perspetivas de investimento favorável, uma vez que o desequilíbrio entre oferta e procura é transversal à maioria dos setores”, explica Patrícia Barão, Partner e Head of Residential na Dils, destacando o segmento de escritórios, hotelaria, indústria & logístico e, dentro do living, o potencial de “projetos pensados de raiz para o mercado de arrendamento”, residências de estudantes ou seniores.
Olhar para as zonas secundárias
As perspetivas apontam para que, em 2025, o mercado continue a assistir à valorização das áreas periféricas dos grandes centros urbanos e potencial de crescimento das zonas secundárias.
“O teletrabalho veio impulsionar uma maior distância entre trabalho e habitação e, se o binómio qualidade vs. custo fizer sentido, existe potencial para o crescimento de zonas secundárias, mas com bom nível de acessibilidade e transportes, equipamentos e infraestruturas que se situem a uma distância razoável dos grandes centros urbanos”, refere Patrícia Barão.
A tendência, reforça a especialista, pode impulsionar “oportunidades de investimento, especialmente para pequenos investidores, que procuram rentabilidade e valorização a médio e longo prazo”.
Sustentabilidade e tecnologia são tendências do setor
Além da esperada continuação de valorização dos preços, “impulsionada pela escassez da oferta e de uma procura que se antevê que se mantenha elevada”, outras tendências devem marcar este ano para o mobiliário.
Patrícia Barão realça, por exemplo, a “crescente aposta na sustentabilidade e na construção verde, impulsionada pela elevada procura de edifícios energeticamente eficientes e devidamente certificados”, já não só no imobiliário comercial, mas também no mercado residencial.
Em paralelo, a introdução de ferramentas de inteligência artificial e a tecnologia “vão tornar o mercado mais ágil e dinâmico”.
O contexto específico do mercado imobiliário nacional
Fatores como as decisões das taxas de juro pelos Bancos Centrais ou a crise climática (e necessidade de maior eficiência na construção) acabam por impactar transversalmente o imobiliário em diversos mercados geográficos. No entanto, há oportunidades e riscos específicos do mercado português, que importa ter em conta.
Para a Head of Residential, “Portugal é, sem dúvida, marcado pela qualidade de vida, representando um destino atrativo para viver e investir”. O custo-benefício permite que se afirme como “uma opção de investimento diferenciada no panorama europeu”.
Em termos de riscos, questões como a morosidade nos processos de licenciamento ou o enquadramento legal mais restritivo do arrendamento podem pesar. Patrícia Barão alerta para a importância da estabilidade legislativa, “essencial à credibilidade e ao investimento neste setor”, mas também de iniciativas que permitam tornar a habitação mais acessível e aumentar a oferta habitacional, criando também maior dinamismo no mercado.