Qual a importância da idade para a escolha de um PPR? O que muda de acordo com a faixa etária? Há um PPR certo para a sua idade? Saiba tudo neste artigo.
Os Planos Poupança-Reforma (PPR) são um instrumento financeiro bastante popular pelos benefícios fiscais associados. Trata-se de uma poupança que visa, para muitos, um complemento para a reforma, embora também possa ser encarada como uma poupança de médio e longo prazo para outros fins.
Numa lógica de poupança, aplica-se sempre a velha máxima de “quanto mais cedo, melhor”. E, por isso, esta pode ser uma opção de investimento válida mesmo quando a reforma ainda é uma preocupação distante.
Quanto mais tempo tem de investimento, mais o seu capital tem margem para crescer e multiplicar-se, beneficiando dos juros compostos (efeito de capitalização) e assim acumulando um maior património para o seu futuro.
Investir num PPR pode ser, por isso, uma opção válida de investimento para diferentes idades, mais perto ou mais longe da reforma. Mas existem produtos mais adequados para uma certa faixa etária? Qual será o PPR certo para a sua idade?
Diferentes idades, diferentes exposições ao risco
A idade – entendida como o horizonte que tem pela frente até a idade da reforma – é um dos fatores mais importantes na escolha de um PPR. Ou seja, investir num PPR pode ser uma opção de investimento em qualquer idade – caso de adeque à sua estratégia e objetivos de investidor –, mas deverá adequar o tipo de PPR ao tempo que tem para investir.
De forma geral, as boas práticas financeiras ditam que se deve reduzir o risco à medida que se aproxima a idade da reforma. Portanto, e seguindo uma estratégia clássica de alocação de ativos, um investidor até cerca de 40 poderá ter maior tolerância ao risco no seu portfólio, com uma maior exposição a ações.
Entre os 40 e os 50, o portfólio ajusta-se para uma proporção mais equilibrada, reduzindo a componente de ações e com maior proporção de obrigações.
A partir desta faixa etária, e aproximando-nos da idade da reforma, a exposição a ações deve ser reduzida. O que não invalida, naturalmente, que um investidor de 60 anos, por exemplo, se possa sentir confortável com mais risco e manter um portfólio nesse sentido.
O que significam estas boas práticas no caso dos PPR? Que deve olhar para a classificação de risco de cada produto específico e para a carteira de ativos detidos, de forma a fazer uma escolha ajustada ao horizonte de investimento que tem pela frente. A classificação de risco de um PPR varia entre 1 (risco muito baixo) e 7 (risco muito elevado), de acordo com a carteira de ativos detidos.
Como aprender, passo a passo, a organizar as suas finanças e aprender a investir?
No MoneyLab, desenvolvemos o curso “Do Zero à Liberdade Financeira”, a formação mais completa de finanças pessoais e investimentos, que já transformou a vida de centenas de pessoas.
Fundos e seguros: qual o tipo de PPR certo para a sua idade?
Ainda relacionado com o risco, é importante saber que os PPR se dividem em duas tipologias distintas:
- PPR sob a forma de fundo de investimento: produtos que, regra geral, não têm capital garantido e não têm também rendimento garantido. O risco é maior, com uma expetativa maior de rentabilidade, a partir de uma composição da carteira com elevada exposição a ações.
- PPR sob a forma de seguro de capitalização: produtos que, regra geral, tem capital garantido e rendimento mínimo garantido. A sua rentabilidade é tendencialmente mais baixa do que a dos PPR sob forma de fundo, acompanhando, por norma, as taxas de juro.
Na escolha entre as duas tipologias, a proximidade da reforma deve ser tida em conta. Como referido anteriormente, investidores mais jovens podem ter maior exposição ao risco e aproveitar os PPR sob a forma de fundo de investimento para poderem aproveitar o largo horizonte pela frente para maximizar o seu património.
Mais perto da idade da reforma, quando a segurança é prioritária, pode ser preferível um PPR sob a forma de seguro. Isto porque, embora a rentabilidade seja mais limitada, terá sempre o seu capital garantido.
Benefícios fiscais e juros compostos: o que muda com a idade?
Os benefícios fiscais na subscrição (ou reforço) dos PPR têm algumas diferenças de acordo com a idade do subscritor.
No geral, é possível deduzir à coleta 20% do montante investido no PPR no ano a que se reporta a declaração de IRS. Este patamar depende, no entanto, dos rendimentos totais e dos limites nas deduções à coleta, mas também da idade:
- Até 35 anos: poderá deduzir até 400 euros;
- De 35 a 50 anos: poderá deduzir até 350 euros;
- Depois dos 50 anos: poderá deduzir até 300 euros.
Beneficiando do efeito de capitalização no seu investimento em PPR (ou seja, dos chamados juros compostos, em que os juros são reinvestidos junto do capital inicial para receber juros sobre juros), a idade com que decidir investir vai ter consequências no total que vai conseguir acumular até à idade da reforma. Quanto mais cedo começar a investir, maior será a sua poupança, graças aos juros compostos.