Os últimos dados referentes à esperança de vida na Europa mostram que o nosso dinheiro tem de durar muito mais do que pensamos.
Há trinta e cinco anos, um homem de 60 anos podia esperar viver mais 18 anos, até aos 78 anos. Hoje, com a mesma idade, a esperança de vida é de 85 anos. Este número é ainda maior para as mulheres, que podem esperar viver até aos 88 anos.
A marioria das pessoas está ciente de que todos vivemos mais tempo. No entanto, deve ser lembrado que os números frequentemente citados, como os acima referidos, são médias. Algumas pessoas vão viver mais tempo, outras menos. O que geralmente é ignorado é que todos têm uma boa hipótese de viver mais do que estas médias – muito mais se se for mais saudável ou mais rico do que a média.
Por exemplo, um homem de 60 anos tem uma em quatro hipóteses de viver até aos 93 anos e uma em 10 hipóteses de chegar aos 98 anos. Os seus pais podem ter morrido antes do seu 80º aniversário , mas no seu caso , as hipóteses de chegar aos 100 são bastante boas.
Os jovens têm ainda melhores probabilidades. Uma criança de dois anos, por exemplo, tem quase 30% de hipóteses de viver até aos 100.
A tabela abaixo mostra como a esperança média de vida varia de acordo com a idade dos homens – é um quadro semelhante para as mulheres, mas todas as linhas estão ligeramente deslocadas para cima.
O que é que isto significa? Significa que o dinheiro tem de durar muito mais do que se pensava.
Durante muito tempo, as pessoas que poupavam para a reforma eram encorajadas a reduzir a sua exposição a activos de maior risco quando atingiam a idade da reforma e a apostarem em activos defensivos mais seguros, tais como obrigações soberanas. No entanto, esta abordagem excessivamente cautelosa aumenta as hipóteses de o dinheiro acabar mais cedo.
Para muitos investidores, a única maneira de fazer com que o seu dinheiro dure o suficiente é manter alguma exposição a investimentos de maior risco, tais como acções, por mais tempo. Isto vai introduzir uma maior volatilidade no valor da poupança-reforma, o que pode fazer com que os investidores se sintam, por vezes, desconfortáveis. No entanto, o risco pode ser mitigado através da dispersão dos investimentos por várias classes de activos. Há que ter em conta que a alternativa, uma maior probabilidade de viver além das poupanças e muito menos desejável.
Embora pareça contraditório, demasiado risco é perigoso, mas demasiada cautela não é uma opção melhor.