Os investidores portugueses não diversificam tanto os seus ativos como os congéneres mundiais, a conclusão é do Global Investor Study 2018, da Schroders.
O estudo, que é dedicado à forma como os investidores tomam decisões de investimento, revela que 41% dos investidores portugueses inquiridos entende que diversifica pouco ou nada os seus ativos. Até os 14% com um nível superior de conhecimento afirmam que o seu portfólio é pouco ou nada diversificado.
Por norma, o típico investidor global divide o seu portfólio da seguinte maneira: um terço em ações, um quarto em dinheiro e o resto dividido entre obrigações, imobiliário e investimentos alternativos. Esta forma de divisão é muito comum entre investidores, mas pode variar em função da idade, da geografia, do nível de conhecimento e de outros fatores demográficos.
De acordo com o estudo, os investidores “Avançados / Especialistas” convivem bem com níveis elevados de risco, investindo um quarto dos seus portfólios em investimentos de elevado risco (um quinto pelos investidores portugueses), dando menos importância ao dinheiro quando comparados com investidores “Novatos / Básicos”, que colocam apenas, em média, 14% das suas poupanças em portfólios de elevado risco (9% em Portugal).
“Por regra, para se ter mais lucro, tem de assumir maior risco e é interessante verificar que os investidores que se consideram como avançados ou especialistas têm mais tendência para assumir o risco”, afirma Carla Bergareche, Diretora Geral da Schroders em Espanha e Portugal.
Em média, os portugueses colocam 57,1% dos seus investimentos em ativos de baixo risco, a mais alta alocação deste tipo no Mundo. Apesar disso, têm uma expectativa anual de retorno na ordem dos 10%, o que não é uma expectativa realista, sendo por isso provável que fiquem desapontados com os seus rendimentos.
“As pessoas têm grandes expectativas em relação às suas poupanças; planeiam o futuro e esperam que os seus investimentos possam crescer de forma a tornar esses planos uma realidade. No entanto, se as suas estimativas estiverem muito longe da realidade, esses planos podem facilmente derrapar”, adianta Carla Bergareche,
Globalmente, os investidores “Avançados / Especialistas” guardam 33% menos dinheiro do que os investidores “Novatos / Básicos”, que mantêm, em média 21% do seu portfólio em dinheiro, o que compara com os 32% mantidos pelos investidores com menos conhecimento. Em vez disso, os investidores “Avançados / Especialistas” têm uma maior exposição a ações (34%) obrigações (19%), fundos imobiliários – diferentes de propriedades em si mesmo – (13%) e investimentos alternativos (12%). Quanto mais conhecimentos tiverem os investidores maior a probabilidade de reagiram adequadamente às quedas dos mercados acionistas, respondendo a essas quedas com a compra de ações, obrigações, fundos imobiliários e dinheiro. Em contraste, o estudo revela que 58% dos investidores globais com menos conhecimento não fazem nada quando os mercados caem (73% em Portugal).
O estudo demonstra também que os investimentos temáticos – saúde, sustentabilidade, tecnologias disruptivas, commodities, economia de dados e urbanização – são bastante populares junto das pessoas com maiores níveis de conhecimento. Os três maiores temas de investimento para os investidores globais são a saúde, a sustentabilidade e as tecnologias disruptivas. No estudo ficou também evidente que a geração “Millennial” é a que tem mais interesse nestes três tipos de fundos, especialmente os relacionados com sustentabilidade.