O conceito de carteira de investimentos é um dos mais importantes para quem investe o seu dinheiro. Quando bem construída, ela pode ser uma grande aliada para conseguir alcançar os objetivos.
Também conhecida como “portefólio”, a carteira de investimentos diz respeito ao conjunto total de ativos detidos por cada investidor, independentemente da classe a que pertencem. Pode incluir ações, fundos, ETF’s, obrigações, criptomoedas, entre outras.
O que torna uma carteira ideal para cada pessoa é o alinhamento com vários fatores, como o perfil de risco e os objetivos, e isso explica que possam ser tão distintas na sua composição. Ainda assim, se o objetivo é montar um portefólio à sua medida, há alguns passos que tem mesmo de seguir.
1. Conhecer o perfil de investidor
Saber qual é o seu perfil de investidor (ou perfil de risco) é um dos aspetos mais relevantes a ter em conta ao montar uma carteira, e diz respeito à forma como encara o risco nos investimentos e como se relaciona com a perda. Permite-lhe aferir quais os instrumentos mais adequados para fazer o fit perfeito entre si e o seu portefólio.
Os investidores cabem em diferentes perfis, de acordo com o que mais valorizam, no binómio rentabilidade/segurança: podem ser conservadores, equilibrados (moderados) ou arrojados (ousados/agressivos).
Quem tem um perfil mais conservador, quer proteger o capital investido. São investidores com baixa tolerância ao risco e que priorizam a segurança e a liquidez nos seus investimentos, isto é, a facilidade em resgatar o dinheiro. Por sua vez, no perfil intermédio, cabem os investidores que suportam algum risco, mas que têm algumas preocupações a nível da segurança do dinheiro. Finalmente, os investidores mais ousados são aqueles que toleram perdas em diversos momentos, à espera de obter maiores retornos no futuro.
Conhecer o seu perfil de risco é uma mais valia. Ao saber como vai reagir aos diversos momentos dos mercados, conseguirá antecipar e prevenir algumas surpresas desagradáveis. Veja-se o caso do mercado acionista, por exemplo: apesar de obedecer ao critério da liquidez, a sua elevada volatilidade torna-o menos adequado para quem tem pouca tolerância ao risco.
Atenção: o perfil de cada investidor não é estático e pode variar consoante os objetivos. É precisamente por isso que é tão importante defini-los.
2. Definir os objetivos
Esta tem de ser outra das prioridades de quem está a montar o seu portefólio, mas implica alguma reflexão. É preciso perceber qual a quantia que se tem para investir e quando se vai precisar do dinheiro em questão.
A forma mais fácil de o fazer é através de uma lista, onde devem constar todos os objetivos com impacto no seu bolso. Estes devem ainda estar organizados por prazo, do mais curto, ao mais longo.
Isto porque objetivos com diferentes horizontes temporais implicam diferentes estratégias no que toca à assunção de risco. Se está na casa dos 20 e deseja constituir um complemento para a reforma, os instrumentos mais adequados serão diferentes dos ideais para se quiser fazer uma viagem pelo mundo, daqui a três anos.
O tempo joga, normalmente, a favor dos investidores, permitindo-lhes diluir as perdas. Deste modo, quanto maior for o horizonte temporal do seu objetivo, mais risco poderá assumir.
3. Diversificar (adequadamente)
Ao montar uma carteira de investimentos, diversificar é tão importante como tudo o resto. Mas, atenção: a diversificação deve ser feita de modo estratégico e obedecendo a algumas regras.
O que é diversificar?
Nos mercados, é habitual ouvir-se a expressão “não colocar os ovos todos no mesmo cesto” para explicar a importância da diversificação. Isto porque, se o cesto cair, os ovos partem-se todos.
Por mais estranho que possa parecer, é também nisto que deve pensar quando montar a sua carteira de investimentos.
Se investir todo o dinheiro nas mesmas classes de ativos, ou em ativos correlacionados (que se comportam da mesma maneira), o que vai acontecer é que a sua carteira ficará desiquilibrada. Todos os ativos vão cair ao mesmo tempo e não haverá nenhum para compensar as perdas. O ideal é que isto não aconteça: deverá ter ativos com comportamentos opostos, para que as perdas de uns sejam compensadas pelos ganhos de outros.
Mas, atenção: não é necessário pulverizar os seus investimentos, isto é, diversificar em demasia. Deve, sim, tentar fazê-lo de modo a reduzir o risco e a maximizar os ganhos.
Tenha muita atenção aos custos!
Há muitas aplicações em que pode investir de forma autónoma, bastando para isso abrir conta numa corretora à escolha. Mas é preciso ter muita atenção a isto: há custos envolvidos e podem diminuir os ganhos da sua carteira. Compare todas as hipóteses e opte pela mais vantajosa.
Invista em conhecimento…
Saber mais sobre o mundo dos investimentos é fulcral para quem quer investir e para quem já investe o seu dinheiro. É o conhecimento que nos permite tomar as melhores decisões para o nosso dinheiro.
Deverá procurar recolher o máximo de informação, sempre de fontes credíveis. Ler livros, frequentar formações e pedir ajuda a profissionais são apenas três formas de fazer isto.
Disclaimer: Todo o conteúdo tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui qualquer recomendação ou aconselhamento financeiro. O leitor deverá sempre fazer as suas próprias análises e recolher diferentes tipos de informações antes de tomar qualquer decisão de investimento.