Pedidos de atualização de dados para poder continuar a aceder às suas contas, notificações de chegada de encomendas que nunca fez e links para mensagens de correio de voz por ouvir — é certo que as fraudes sempre existiram, mas a digitalização e a Internet vieram facilitar a vida de quem quer enganar os outros. Os esquemas fraudulentos estão cada vez mais sofisticados e pode ser complicado perceber o que se está realmente a passar.
Sabe-se que este tipo de ocorrências tende a aumentar em épocas de crise, quando a situação de muitas famílias se agrava e as pessoas estão mais vulneráveis e menos cuidadosas. O objetivo é sempre o mesmo: captar dados pessoais ou bancários e utilizá-los indevidamente. Assim, é algo que lhe pode sair muito caro.
De modo a que se consiga proteger de forma adequada, é muito importante perceber como se processam as principais fraudes online.
Phishing
O objetivo do phishing é obter dados pessoais ou financeiros dos utilizadores, de modo a aceder às suas contas. Alguém se faz passar por uma empresa ou instituição conhecida, como um banco ou transportadora, e envia comunicações em nome da mesma. Os utilizadores são induzidos a fornecer informações privadas, em formulários contidos nas mensagens, ou através de sites falsos. Este fenómeno pode acontecer por e-mail ou por SMS e as páginas para onde os utilizadores são redirecionados costumam ter uma aparência muito semelhante às oficiais, o que dificulta a identificação da fraude.
Pharming
O pharming é um tipo de phishing que corrompe o Domain Name System (DNS), o sistema responsável por localizar e traduzir os endereços digitados nos navegadores online. Isto significa que, quando o utilizador tenta aceder a um site através do endereço legítimo, é encaminhado automaticamente para um falso — o URL certo leva-o a um site que não é oficial mas que, novamente, é muito semelhante a este.
Como é que isto acontece?
Através do download de ficheiros ou, simplesmente, durante a navegação na Internet, é instalado um vírus que corrompe o sistema e que redireciona os utilizadores para páginas falsas, onde lhes são pedidos dados pessoais ou bancários, que serão posteriormente e indevidamente utilizados por terceiros.
Cuidados a ter para não cair em fraudes online
- Verifique sempre a credibilidade e legitimidade das entidades que o contactam. No caso de se tratar de uma comunicação relacionada com algum tipo de atividade financeira, deve confirmar se está autorizada pela CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), regulador do mercado de capitais, ou pelo Banco de Portugal, responsável pela regulação dos bancos.
- Sempre que receber comunicações suspeitas de algum banco, contacte a instituição diretamente, através dos canais tradicionais.
- Tenha muita atenção à ortografia das comunicações, bem como à coerência das mensagens em si. Erros nos SMS ou nos emails são indicativos de fraudes online: apague-os imediatamente.
- As instituições e empresas de determinado país comunicam no idioma nacional. Sempre que isso não acontecer, é caso para desconfiar da veracidade da comunicação recebida.
- Não clique em links recebidos sem antes os pesquisar. Se clicar, acidentalmente, não forneça quaisquer informações pessoais.
- Verifique sempre o URL dos sites que visita, confirmando que utilizam o protocolo de segurança HTTPS. Deverá encontrar um cadeado na barra de navegação, que indica que a página é segura.
- Desconfie sempre de comunicações de ofertas e promoções. Aceda diretamente à loja online para comprovar se a promoção anunciada é real.
- Não clique em pop-ups de sorteios ou prémios.
- Proteja os computadores, tablets e smartphones com um bom antivírus, anti-spyware e firewall e mantenha os sistemas sempre atualizados.