A palavra volatilidade foi a que mais caraterizou o panorama dos mercados financeiros em 2018. Saiba mais como investir no próximo ano.
Este ano, vários fatores políticos, sociais e económicos têm limitado a performance dos mercados de ações em várias partes do globo. Nos Estados Unidos, temos a guerra comercial com a China e a subida das taxas de juro acima do valor neutral pela Reserva Federal (FED) que fizeram com que o mercado ficasse “tenso”. Na Europa, destaca-se a instabilidade política ao redor do orçamento de estado italiano, o desfecho do Brexit e a instabilidade social em França.
Todos estes fatores aliados ao abrandamento da economia global e à flutuação do preço do petróleo contribuíram para que o balanço do ano de 2018 tenha sido considerado como incerto, por vários bancos e corretoras de investimentos. Mas como será em 2019? Fomos falar com especialistas do Banco Best e das corretoras DIF Broker e XTB para ficar a conhecer melhor as expectativas para o próximo ano.
A incerteza continua, embora com crescimento
Os temas que condicionaram o desempenho dos mercados financeiros em 2018 serão os mesmos no próximo ano, o que leva a crer que “podemos continuar a assistir a uma volatilidade elevada”, adianta Rui Castro Pacheco, o Head of Asset Management do Banco Best. No entanto, é esperado “um crescimento da economia mundial, bem como um melhoramento dos resultados das empresas, após o forte impulso na componente das empresas americanas com a redução dos impostos.”
No que diz respeito às ações, existe uma visão neutral para os principais mercados, nomeadamente, para a Europa, Estados Unidos e Emergentes.
Tudo irá depender do desenrolar dos acontecimentos políticos e económicos que decorreram este ano, como por exemplo, o aumento das taxas de juro, nos EUA, pela FED.
Relativamente às taxas de juro, este ano poderão aumentar na zona euro, com o fim do quantitive easing. “É possível que aconteça uma subida da taxa da Euribor por parte do BCE”, diz-nos Pedro Amorim, Senior Account Manager da XTB.
Mas afinal, onde e como será melhor investir no próximo ano?
No caso de existir uma estabilização dos juros norte-americanos, há um forte potencial de rentabilização nos investimentos em economias emergentes, porque desvalorizaram bastante este ano. Mas atenção, porque este género de investimento é sempre de elevado risco.
“Economias como a Indonésia, Índia e os Estados Unidos devem ser as preferidas dos investidores devido à sua demografia, qualificação e reformas políticas com a economia paralela a decrescer”, afirma o Administrador executivo da Dif Broker, Pedro Lino.
Além dos mercados emergentes, a aposta também poderá ser positiva nas matérias-primas, nomeadamente, “no ouro, por ser um tradicional ativo a investir em momentos de crise e no petróleo devido a um corte na produção, o que por sua vez, faz aumentar o preço devido à redução da oferta”, adianta Pedro Amorim.
Na mira dos investimentos, de médio a longo prazo, irão estar o sector automóvel, porque deverá iniciar a sua recuperação após um ano negativo e o sector de gestão de resíduos e dos semicondutores, devido às preocupações ambientais e à evolução da tecnologia e da internet.
“Outros sectores como o farmacêutico, telecomunicações e o da segurança, incluindo tecnológica, também serão opções interessantes de investimento”, afirma Rui Castro Pacheco.
Já no curto prazo, a preferência é apontada para as opções de investimento mais market neutral e conservadoras, ou seja, é preferível que invista em empresas que apresentam resultados sustentados e de maior capitalização.
Pedro Amorim diz-nos que a situação do Brexit poderá beneficiar quem quiser investir na Libra em posições curtas. Por outras palavras, trata-se de um investimento feito quando o investidor acredita que o valor de um título está prestes a cair. De acordo com as previsões, estima-se uma desvalorização da Libra de 25%, caso não exista um acordo positivo entre a União Europeia e o Reino Unido.
“Apesar das condicionantes observadas em 2018, é importante realçar a importância da diversificação das carteiras de investimentos e, ao mesmo tempo, a disciplina de investimento. Um ano menos positivo, não deverá implicar uma alteração substancial do investimento a médio e longo prazo”, aconselha Rui Castro Pacheco.
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