Foi a meio do mês de Julho que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma subida de 50 pontos base da taxa de juro de referência da Zona Euro, naquele que foi o primeiro aumento do preço do dinheiro em 11 anos.
A reunião desta quinta-feira, 8 de Setembro, resultou em novo aumento: o maior de sempre. A subida foi de 75 pontos base, ao encontro das expectativas dos analistas.
Desta forma, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa de 0,5% para 1,25%, a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fixa-se em 1,50% (contra os 0,75% anteriores) e a taxa de depósitos aumenta de 0% para 0,75%.
We raised interest rates by 0.75 percentage points.
— European Central Bank (@ecb) September 8, 2022
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O BCE continua a tentar travar o aumento da inflação na Zona Euro, que chegou aos 9,1% em Agosto, bastante acima do desejado pela instituição. “Este importante passo antecipa a transição do nível predominantemente acomodatício das taxas de política para níveis que irão assegurar o regresso atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2% do BCE”, lê-se no comunicado do banco central.
Espera-se que o cenário de aumento de preços se mantenha durante algum tempo e que possa ainda piorar, no curto prazo. As projeções da instituição foram revistas nesse sentido: a inflação deverá atingir uma média de 8,1% em 2022, de 5,5% em 2023 e chegar perto do nível desejado pelo BCE, em 2024 (2,3%).
O que também deverá continuar a aumentar, nos próximos tempos, é o preço do dinheiro. “Com base na sua avaliação atual, nas próximas reuniões o Conselho do BCE espera aumentar ainda mais as taxas de juro para abrandar a procura e proteger contra o risco de uma tendência de subida persistente nas expectativas de inflação”.