No contexto atual deverá estar preparado para assistir a falsos sinais de recuperação, mas é importante não perder de vista os seus objetivos de investimento e evitar alguns erros comuns. Aqui estão três dicas para o ajudar a ultrapassar esta crise:
1. Cuidado com os “falsos sinais de recuperação”
Assistimos à recuperação de alguns setores após as fortes quedas em março, no entanto, isto não significa que estejamos ainda fora de perigo.
“Falsos sinais de recuperação” são infelizmente comuns. Ocorrem quando os mercados recuperam após quedas abruptas, apenas para cair para além dos seus mínimos originais.
Por exemplo, no final do século XIX, houve 13 episódios diferentes em que, em média, o Dow Jones caiu até 25%. Em 11 destes casos, houve um ricochete de pelo menos 10% depois de ter atingido o mínimo. Isto é o que consideramos um falso sinal de recuperação. E normalmente há mais do que um. De facto, em média, descobrimos que há cerca de três para cada crise.
2. Não se esqueça dos seus objetivos de investimento
Obviamente é difícil manter a calma face à instabilidade e reviravoltas do mercado, mas é importante concentrarmo-nos nos objetivos a longo prazo e nas razões pelas quais os estabelecemos em primeiro lugar.
O que tende a acontecer é que, quando os tempos são bons, os investidores concentram-se nos aspetos positivos. E quando os tempos são maus e os mercados caem, tendem a concentrar-se apenas nas coisas negativas. Antes dequalquer decisão, é importante reanalizar, em primeiro lugar, os fatores que nos atrairam para estes investimentos.
3. Cuidado com os preconceitos comportamentais
Em tempos de crise somos mais suscetíveis a cometer certos erros irracionais. Embora muitas vezes pensemos que somos 100% racionais, essa não é a realidade. Neste sentido,é importante ser particularmente cauteloso com os preconceitos de “sobrevalorização”, “status quo” e “aversão ao arrependimento”:
– O preconceito de sobrevalorização acontece quando sevaloriza excessivamente o que se tem, simplesmente por tê-lo, independentemente do seu valor real de mercado.
-. O preconceito associado ao “Status quo” limita o comportamento e amplia o medo de tomar a decisão errada.
– A aversão ao arrependimento aumenta quando somos diretamente responsáveis pelas nossas decisões e é ampliada pela sensação de que podíamos ter agido de forma diferente.
Ancorado a estes preconceitos comportamentais, o investidor confia demasiado nas informações obtidas inicialmente e não ajusta adequadamente as suas expectativas de desempenho às informações atuais ou novas.
O desafio consiste em assegurar que os seus investimentos têm o desempenho pretendido (mesmo que sofram perdas) para que possa alcançar os seus objetivos a longo prazo. Se decidir recuar, certifique-se de que o faz por uma boa razão, mantendo sempre a mente aberta a alternativas, em vez de permitir que os erros de sobrevalorização, status quo ou aversão sao arrependimento orientem e determinem as suas decisões.
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