Levar dinheiro, levantar no local ou usar o cartão bancário? Saiba tudo sobre como gerir dinheiro nas férias fora de Portugal.
Viajar dentro da Zona Euro é simples: pagamentos em euros, seja em numerário ou cartão (e, se usar um cartão de débito, está isento de comissões, à semelhança de Portugal). Mas então e quando o destino fica fora da Zona Euro? Como gerir o dinheiro nas férias?
Quer vá viajar para tão longe quanto o Japão ou para tão perto quanto a Dinamarca, as dúvidas são muitas quando se fala em pagamentos fora da Zona Euro. Será melhor levar dinheiro trocado ou pagar com cartão? Levantar dinheiro no local ou antes de embarcar? Existem países que não aceitam pagamento com cartões?
Neste artigo, explicamos-lhe tudo para que possa saber como melhor gerir o dinheiro nas férias e viajar com tranquilidade financeira.
Antes de viajar: pesquisa essencial
Se vai viajar para um país fora da Zona Euro, seja ele dentro ou fora da União Europeia, é essencial pesquisar sobre a moeda utilizada, as formas de pagamento mais comuns, quais os melhores locais para levantar dinheiro e até os tipos de fraude mais noticiados. Cada país tem as suas especificidades e deve estar informado do contexto do seu destino de férias.
Caso precise de fazer escalas prolongadas e sair do aeroporto noutro país, confirme com antecedência qual a moeda e formas de pagamento aceites. Por precaução, poderá ser útil levar algum dinheiro físico na moeda desse país.
Europa: como funciona o dinheiro nas férias?
Na Europa, o cenário é relativamente simples. De acordo com Carina Silva, responsável de comunicação e líder de viagem na agência Landescape, “com raras exceções na Europa de Leste e na zona dos Balcãs, é muito fácil levantar dinheiro ou pagar com cartão”.
A especialista em viagens aconselha, por precaução, a “levar dinheiro de bolso (em euros, neste caso) e trocar no local para a moeda do país, deixando apenas o cartão multibanco para último recurso”.
Outros destinos: como gerir o dinheiro nas férias?
Saindo da Zona Euro e do continente europeu, encontramos moedas e sistemas próprios, pelo que não existe um funcionamento padrão.
Cada destino tem particularidades diferentes no que toca ao dinheiro: para além de se aplicarem taxas de câmbio, em alguns locais não existem caixas ATM para levantar dinheiro, outros não aceitam cartões europeus e, noutros ainda, pode não ser seguro andar com dinheiro físico.
Ainda assim, Carina Silva refere que é “sempre apologista de levar pocket money (em euros ou dólares) e trocar no local para a moeda do país” e deixa alguns exemplos, em diferentes continentes. “No Irão, por exemplo, não há caixas ATM, o que significa que todo o dinheiro de que vamos necessitar durante a estadia deve ser levado daqui em euros ou dólares, para câmbio da moeda local no terreno. Já na América Latina, por exemplo, cada vez é mais difícil trocar euros. Com dólares não há qualquer inconveniente, mas com os euros a dificuldade tem aumentado, portanto a solução passa por levantar dinheiro e/ou levar dólares para cambiar”, explica a especialista.
Já em África, a líder de viagem refere que “há muitas aldeias e cidades mais pequenas, onde é extremamente difícil encontrar caixas ATM e, por isso, o recurso ao cartão não é assim tão fácil”, que se soma à dificuldade de utilizar cartões em estabelecimentos comerciais locais.
Leia aqui: Vai viajar? Saiba qual é a melhor forma de realizar pagamentos no estrangeiro
Levar dinheiro, levantar no local ou pagar com cartão?
Embora a opção ideal dependa das particularidades do destino, existem sempre vantagens e desvantagens associadas a cada alternativa. Confira-as abaixo.
Levar dinheiro: vantagens e desvantagens
Entre as vantagens do dinheiro físico estão o acesso imediato e a ausência de taxas por levantamento ou transações (embora se apliquem outras taxas ao fazer câmbio em Portugal).
No entanto, existe o risco de perder o dinheiro ou de ser vítima de furto, a somar à desvantagem de ficar limitado à quantia que levar consigo.
- Dinheiro físico nas férias: quanto levar?
A recomendação profissional de Carina Silva é que baseie o valor a levar na quantia que estima gastar por dia em refeições, atividades e todos os outros pagamentos que fará durante a viagem.
É possível obter uma estimativa deste valor através de apps como a GetYourGuide ou a Wanderlog – Travel Planner, que lhe permitem planear a viagem detalhadamente e consultar preços associados aos seus planos. A partir deste valor, defina ainda uma margem de segurança para uma maior tranquilidade financeira na gestão do dinheiro nas férias.
É importante que não transporte todo o dinheiro físico no mesmo sítio, para minimizar o risco em caso de perda ou furto.
Leia aqui: 8 dicas essenciais para conseguir poupar nas férias
Levantar no local: vantagens e desvantagens
Pelo lado positivo, as caixas ATM costumam oferecer boas taxas de câmbio, mais favoráveis do que as dos balcões. Levantar no local é também uma opção extremamente conveniente, e, caso exista um grande número de ATM, não precisará de levantar muito dinheiro de cada vez, o que joga a favor da segurança.
Por outro lado, pode estar sujeito a taxas elevadas, tanto do banco local como do seu próprio banco, ou a limites de levantamento. Acrescem ainda potenciais problemas com a disponibilidade de caixas ATM e com o funcionamento do seu cartão, pelo que é importante ter sempre algum dinheiro de bolso como salvaguarda.
Pagar com cartão: vantagens e desvantagens
Os cartões bancários podem ser muito vantajosos fora da Zona Euro, pela conveniência, segurança e melhores taxas de câmbio que oferecem.
Explore também opções de cartões como Revolut ou Wise, que permitem fazer pagamentos no estrangeiro sem taxas.
Tenha sempre em conta as taxas que lhe podem vir a ser cobradas pelo seu cartão e que o mesmo pode não ser aceite em determinados países ou estabelecimentos, especialmente em zonas remotas.
Se vai viajar para fora da Zona Euro, estes são conselhos imprescindíveis para gerir o seu dinheiro nas férias. Pondere todas as opções e faça uma pesquisa sobre o seu destino com antecedência, de forma a equilibrar todos os métodos da forma mais eficiente, segura e conveniente.