É preciso ter muito dinheiro amealhado para fazer investimentos? Ou pode começar a investir com pouco dinheiro? Há montantes mínimos para subscrever certificados de aforro, Planos Poupança Reforma (PPR) ou comprar ações? Conheça as respostas.
Um dos grandes mitos infundados em relação ao investimento diz respeito à quantidade de dinheiro necessário para investir. Há quem pense que é preciso ter grandes quantias para investir, mas a verdade é que existem várias opções para investir com pouco dinheiro.
Outro mito que importa esclarecer é o que significa, afinal, investir. O termo é muito associado ao mercado bolsista, mas a verdade é que investir não é só comprar ações. De forma geral, fazemos um investimento quando aplicamos dinheiro com a expetativa que ele gere retorno. Ou seja, que ganhemos mais no futuro do que temos inicialmente.
Investir é uma estratégia necessária para conseguir gerar rentabilidade para o dinheiro parado numa conta à ordem (na qual está a perder valor face à inflação). Por isso, ao invés de pensar no investimento como algo apenas acessível aos muito ricos, olhe para a questão de outra forma: investir é uma forma possível de gerar riqueza também para si, rentabilizando as suas poupanças.
No mundo do investimento, há muitas opções de instrumentos pelas quais optar, desde os depósitos a prazo até fundos de investimento ou ETF (exchange traded funds). Tudo depende do dinheiro que tem para começar a investir, do seu perfil de investidor e dos seus objetivos financeiros.
Antes de investir com pouco dinheiro, garanta uma almofada de segurança
Para vários instrumentos financeiros, pode começar a investir até com menos de 50 euros. Mas há algo que deve ter assegurado antes de começar uma carteira de investimentos: o seu fundo de emergência. Ou seja, o pé-de-meia que lhe permite dar resposta a emergências e imprevistos financeiros inesperados.
O princípio é simples: de pouco lhe serve estar a investir dinheiro em vários ativos se, perante um imprevisto – como uma avaria do carro ou passar a estar numa situação de desemprego –, não conseguir dar resposta às suas despesas essenciais e arriscar a rutura financeira.
Por isso, antes de se questionar “quanto dinheiro precisa para investir”, é preferível começar por refletir sobre “quanto dinheiro preciso de ter assegurado como almofada de segurança”.
As boas-práticas das finanças pessoais apontam para que o fundo de emergência deva estar num patamar entre seis a 12 meses de despesas mensais. Imagine que tem, em média, 1.000 euros de despesas todos os meses. Nesse caso, o seu fundo de emergência deve ter entre 6.000 e 12.000 euros.
O fundo de emergência é o primeiro grande objetivo de poupança que deve ter. Mas, por outro lado, pode ser também o primeiro patamar de investimento. Isto porque, de forma a não deixar o dinheiro parado, pode aplicá-lo num instrumento que tenha associada alguma rentabilidade.
Tendo em conta o propósito do fundo (estar à mão para emergências), precisa de o aplicar numa alternativa que lhe dê segurança máxima (capital garantido) e liquidez (ou seja, que o pode resgatar a qualquer momento). É o caso, por exemplo, dos certificados de aforro e de certos depósitos a prazo.
Para saber mais: Certificados de aforro ou depósitos a prazo
E depois do fundo de emergência?
Depois do fundo de emergência assegurado, pode começar a olhar para outros voos e outros objetivos, com a certeza de que, em caso de imprevistos, há sempre um pé-de-meia que o protege da rutura financeira.
Antes de começar a investir, estabeleça primeiro os seus objetivos financeiros e uma estratégia de investimento sólida, analisando as especificidades e nível de risco de cada instrumento financeiro. Evite decisões de investimento motivadas apenas pelo fator preço (de acesso) e só pondere investir em instrumentos que compreende e dos quais esteja a par de todos os termos e condições.
Leia aqui os 5 essenciais para começar a investir agora
Pode começar a preparar a sua carteira de investimentos com 100 euros, 50 euros ou até menos. Veja alguns exemplos abaixo:
- Depósitos a prazo: existem ofertas no mercado com montante mínimo de apenas 1 euro, embora sejam mais comuns os patamares mínimos de 2.500 euros.
- Certificados de Aforro: o montante mínimo inicial de subscrição da atual série F é de 100 euros, com reforço, a partir de 10 euros.
Saiba aqui como subscrever Certificados de Aforro, passo a passo
- PPR: cada oferta de PPR no mercado tem associada, por norma, um limite mínimo de investimento. Os mais comuns estão abaixo dos 50 euros, rondando muitas vezes os 25 euros. Mas poderá encontrar limites abaixo e acima deste patamar.
- Ações: não existe um valor mínimo para investir na bolsa, pelo que poderá fazê-lo com valores muito pequenos, abaixo de 50 euros. Tenha em atenção, no entanto, às comissões e outros custos cobrados pelos intermediários, que poderão não compensar baixos valores investidos. O investimento em ações implica uma exposição elevada ao risco.
Tenha sempre em mente que o retorno a esperar está diretamente relacionado com o montante inicial. Se investir menos, os resultados serão mais modestos. Além disso, terá sempre de contar com as comissões e outros custos associados a cada investimento.
Seja quais forem os instrumentos escolhidos, e de forma a obter o maior retorno ao investir com pouco dinheiro, é importante que provoque um efeito “bola de neve”. Ou seja, que possa reinvestir o que se ganha, seja de forma automática (ou seja, já pressuposto pelo instrumento financeiro onde investiu), seja de forma manual. São os chamados “juros compostos”, em que os juros obtidos em cada período são adicionados ao capital inicial, beneficiando do efeito de capitalização.
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