Em vésperas dos resultados das colocações ao ensino superior 2023/2024, o MoneyLab foi perceber quais os concelhos mais caros para arrendar quarto este mês e como evoluíram os preços para estudantes (oferta privada e residências) nos últimos anos. O valor médio por quarto em Lisboa está nos 450 euros, mas é no Porto que os preços mais aumentaram desde 2021.
Começar o ensino superior significa, para muitos jovens, fazer as malas e mudar de cidade. Os custos com estudantes deslocados, com tudo o que tal implica, pesam nas carteiras das famílias e são muitas vezes um fator de ponderação sobre que cidade/instituição de ensino escolher. Mas quanto custa, em agosto de 2023, arrendar quarto para estudantes em Portugal?
Lisboa e Porto figuram, sem surpresas, no top 5 dos concelhos mais caros para arrendar quarto em Portugal, com valores médios de 450 euros e 430 euros, respetivamente.
Ainda assim, é em Sines que o valor médio por quarto para estudante é mais elevado: 460 euros. Na “dança” entre oferta e procura, os preços podem ter tendência a subir nos concelhos com oferta mais limitada.
Os dados baseiam-se na oferta de quartos disponíveis em agosto de 2023 na plataforma do Observatório do Alojamento, uma iniciativa do governo em parceria com a Alfredo Real Estate Analytics. A plataforma agrega informação de quartos disponíveis e respetivos valores de arrendamento tendo em conta a oferta privada de quartos para estudantes e residências das Instituições de Ensino Superior.
Nem todos os concelhos serão muito procurados por estudantes: tudo dependerá da existência de universidades e politécnicos na região. Se, em Sines, ainda não há nenhuma instituição (apesar de o Politécnico de Setúbal estar a preparar uma escola superior no concelho), o caso muda de figura em cidades como Lisboa e Porto, com uma forte oferta académica.
Arrendar quarto nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: variações entre concelhos
Valerá a pena arrendar quarto em concelhos vizinhos de onde se estuda?
Para estudantes que se vão matricular em instituições de ensino superior em Lisboa ou no Porto, o concelho de residência pode fazer a diferença no orçamento do mês, já que os preços médios variam dentro de cada área metropolitana. É preciso ter em conta, no entanto, que uma maior distância entre quarto e instituição de ensino pode implicar custos e tempo acrescido em deslocações.
Dentro da Área Metropolitana de Lisboa (AML), é no concelho de Lisboa que os preços médios são mais elevados (450 euros), seguido de Cascais (425 euros) e Oeiras (400 euros).
Por outro lado, os concelhos mais baratos da AML estão a sul do Tejo: Alcochete (312 euros), Palmela (320 euros) e Moita (325 euros).
Na Área Metropolitana do Porto, os preços médios por quarto são ligeiramente menores, com uma maior disparidade entre concelhos.
Em média, é mais caro arrendar um quarto no concelho do Porto (430 euros), seguido de Espinho (390 euros) e Gondomar (350 euros). Já os preços médios mais baratos podem ser encontrados em São João da Madeira (158 euros), Vale de Cambra (200 euros) e Santa Maria da Feira (226 euros).
Quanto têm subido os preços dos quartos nos últimos anos?
É cada vez mais caro arrendar um quarto para estudantes em Portugal: os preços subiram, em média, 36%, desde setembro 2021. Esta é a diferença percentual entre os valores registados no primeiro relatório mensal do Observatório do Alojamento Estudantil e os valores atuais encontrados na plataforma. Os dados comparativos referem-se às capitais de distrito de Portugal Continental, Funchal e Ponta Delgada.
Entre os concelhos analisados, é no Porto que se regista o maior aumento. Em dois anos, os valores médios para arrendar um quarto no concelho passaram de 250 euros para 430 euros, ou seja, uma subida de 72% entre 2021 e 2023.
Em Lisboa, capital de distrito onde os preços dos quartos são mais elevados, a variação é menos acentuada: 38%. Ainda assim, é uma subida que mexe com os orçamentos dos estudantes. Em setembro de 2021, arrendar um quarto em Lisboa custava, em média, 326 euros por mês (menos 124 euros em relação aos valores praticados em agosto de 2023).
Beja foi o concelho onde os preços médios menos aumentaram: de 176 euros em 2021 para 200 euros em 2023 (+14%). Segue-se a Guarda, com uma variação de 20%. Entre as capitais de distrito, a Guarda é o concelho onde os preços médios dos quartos são atualmente mais baratos (150 euros).
A evolução no mercado do arrendamento de quartos tem impacto direto no dia a dia dos estudantes e respetivas famílias. De recordar que, no ano letivo 2021/2022, 29,1% dos estudantes do ensino superior estavam deslocados e 42,5% tinham potenciais necessidades de habitação.