Esta terça-feira fica marcada pelo lançamento do primeiro ETF de Bitcoin, nos Estados Unidos. Os investidores podem comprar e vender partes do BITO (a sigla escolhida para o fundo).
“Acreditamos que muitos investidores estão a aguardar ansiosamente o lançamento de um ETF indexado à Bitcoin após anos de esforços para o lançamento de um”, afirmou Michael L. Sapir, CEO da ProShare, a empresa detentora do fundo, em comunicado citado pela CNBC. Acrescentou ainda que o fundo “vai permitir a exposição à Bitcoin a um grande segmento de investidores com contas de corretagem e que se sentem confortáveis compra de ações e ETFs, mas que não desejam passar pela dificuldade e curva de aprendizagem que é abrir outra conta com um provedor de criptomoeda […] ou que estão preocupados com a falta de regulamentação e segurança. ”
O acontecimento já era esperado há muito nos EUA. Durante anos, todos os projetos de ETF relacionados com a moeda digital foram rejeitados pela Securities and Exchange Comission (SEC), a entidade reguladora do mercados dos Estados Unidos. Desde 2017, dez sociedades gestoras tentaram ver aprovados os ETFs de Bitcoin, mas bateram sempre na trave. A expectativa é de que, agora que este ETF da ProShare abra a porta para outras entidades entrarem neste mercado.
Neste momento há já alguns ETF em lista de espera, como os das sociedades Valkyrie e Van Eck. Até há uns dias, também a Invesco era uma das apontadas na lista, mas já veio desmentir as intenções de lançar um destes instrumentos financeiros.
Apesar de só entrarem agora na história da bolsa norte-americana, os ETF de Bitcoin não são novidade e já exisitiam noutros países, em moldes diferentes. No Brasil, por exemplo, os fundos não são de contratos futuros de Bitcoin, mas sim de criptomoeda propriamente dita.
O que é um ETF de contratos futuros?
Quando falamos de ETFs (Exchange Traded Fund) falamos de um fundo que oferece uma exposição a um ou vários mercado, ou a um ou vários ativos. Pode investir em ações, obrigações, criptomoedas ou diversos ativos. Ao aquirir unidades de participação um investidor está a comprar, indiretamente, uma parte dos ativos detidos pelo ETF, na proporção do seu investimento.
O instrumento lançado hoje na bolsa na nova-iorquina é um ETF composto por contratos futuros de Bitcoin. O fundo não vai negociar a cotação da criptomoeda em si, mas antes o valor dos contratos que o compõem. Estes prevêem uma transação futura do ativo, com data e preço acordados no presente.
O BITO acompanhará então a evolução da Bitcoin, investindo em contratos futuros vinculados a ela, negociados na bolsa de Chicago.